Integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou no Ministério Público um requerimento para enquadrar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) como organização criminosa. Um protesto realizado no shopping Iguatemi nesta quarta-feira, 8, foi usado como justificativa para o pedido.

No documento, que também é assinado pelo pré-candidato a deputado estadual Guto Zacarias, os membros do MBL afirmam que o MTST gera “pânico contra inocentes proprietários de imóveis que não têm culpa a respeito dos problemas de falta de moradia no país”. Também usam o termo “invasão” para se referir ao protesto no shopping e citam um trecho do código penal sobre “compartimentos não abertos ao público”, embora a circulação no centro comercial seja livre.

“Entendemos haver indícios de prática delituosa que atenta ao Código Penal, bem como a princípios da Constituição Federal, em razão da formação de organização criminosa com o intuito de praticar os crimes de violação de domicílio”, diz a representação.

Nesta quarta-feira, integrantes do movimento sem-teto protestaram contra a fome no Iguatemi, um dos shoppings mais luxuosos de São Paulo. Eles gritavam: “Não é mole, não. Brasil com fome, e aqui ostentação”. Não houve confronto.

O ato, que durou poucas horas, coincidiu com a divulgação do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). Os manifestantes levaram bandeiras e cartazes lembrando que o problema da alimentação atinge 33 milhões de pessoas no País, dado revelado pelo relatório.

Procurado via assessoria de imprensa, o MTST ainda não se manifestou sobre o requerimento.

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