LONDRES, 12 DEZ (ANSA) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, obteve na noite desta quarta-feira (12) a confiança na votação da moção apresentada por aliados do partido Conservador, com o apoio de 200 parlamentares, de um total de 317.   

Com apenas 117 votos contrários, a premier se mantém na liderança do governo britânico e do partido. “O resultado da votação desta noite é que o grupo parlamentar tem confiança em Theresa May”, disse o presidente do Comitê 1922, Graham Brady.   

A moção de desconfiança contra May por causa de sua gestão das negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, foi apresentada por 48 dos 315 parlamentares da legenda conservadora na Câmara dos Comuns. A reprovação da moção deixa May um pouco mais confortável, já que com este resultado sua liderança não poderá ser colocada em discussão durante pelo menos um ano. A moção foi pedida em decorrência das negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, cujo acordo de “divórcio” desagradou a praticamente todos os grupos políticos no país, inclusive uma ala considerável do Partido Conservador. Parte dos “tories” defende um Brexit mais duro, com poucas concessões à União Europeia. O acordo atual entre Londres e Bruxelas prevê a manutenção de uma união aduaneira entre os dois lados e o chamado “backstop”, princípio que prevê uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso se demore a aprovar um futuro tratado comercial. O mecanismo poderia criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido, segundo grupos pró-Brexit. O acordo prevê um período de transição entre 29 de março de 2019, data do “divórcio”, e 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Durante esse espaço de tempo, Bruxelas e Londres tentariam negociar um acordo comercial. Caso não se chegasse a um consenso no período de transição, as Irlandas continuariam com fronteiras abertas, o que faria com que produtos britânicos fossem submetidos a controles no Ulster.   

A ausência de fronteira rígida entre as Irlandas é um dos princípios do acordo de paz de 1998. (ANSA)