BRUXELAS, 07 FEV (ANSA) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, viajou nesta quinta-feira (7) a Bruxelas e se reuniu com lideranças da União Europeia para tentar rediscutir o acordo do Brexit, faltando apenas 50 dias para a consumação do “divórcio”.
May apresentou ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, propostas alternativas ao “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre Irlanda do Norte e República da Irlanda e que representa o maior impasse ao Brexit.
Bruxelas não divulgou mais detalhes, mas a ANSA apurou que se tratam de três opções: a criação de uma via de saída para o backstop, o estabelecimento de um limite temporâneo ou trabalhar em acordos alternativos.
O backstop só seria ativado se Londres e Bruxelas não conseguissem fechar um acordo comercial e aduaneiro durante o período de transição do Brexit, que terminaria em 31 de dezembro de 2020. Isso, no entanto, poderia criar uma espécie de fronteira entre Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido, que alerta para o risco de ficar “preso” para sempre nesse mecanismo.
As duas primeiras hipóteses ventiladas por May não são consideradas viáveis na UE, já que isso implicaria na reabertura das negociações sobre o divórcio. A terceira, no entanto, poderia ser explorada no âmbito da declaração política conjunta sobre sua relação futura, que é mais fácil de ser alterada.
“Ainda não há uma reviravolta em vista. As conversas continuam”, disse no Twitter o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que também se reuniu com a primeira-ministra. Já Juncker mostrou “abertura” para acrescentar “formulações” na declaração política conjunta para torná-la “mais ambiciosa”.
O prazo, no entanto, é curto. Os Parlamentos do Reino Unido e da UE têm cerca de um mês e meio para aprovar o Brexit a tempo de evitar uma ruptura abrupta e imediata, o que poderia gerar uma crise de abastecimento de efeitos ainda incertos. (ANSA)