BERLIM, 11 DEZ (ANSA) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, inicia nesta terça-feira (11) um périplo pela União Europeia para tentar reabrir as negociações sobre o Brexit.   

A premier se reunirá em Berlim, às 13h (horário local), com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e em Bruxelas, a partir das 19h15, com os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk.   

Já na próxima quinta (13), também em Bruxelas, os líderes dos Estados-membros da UE devem fazer uma cúpula extraordinária para discutir o impasse no Brexit.   

O governo britânico anunciou nesta segunda-feira (10) o adiamento da votação do acordo no Parlamento britânico, que estava prevista para esta terça. Em pronunciamento, May reconheceu que o tratado atual “seria rejeitado por ampla margem”.   

Seu objetivo é redefinir os termos do “backstop”, princípio que prevê uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.   

O mecanismo poderia criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido, segundo grupos pró-Brexit. O acordo prevê um período de transição entre 29 de março de 2019, data do “divórcio”, e 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Durante esse espaço de tempo, Bruxelas e Londres tentariam negociar um acordo comercial.   

Caso não se chegasse a um consenso no período de transição, as Irlandas continuariam com fronteiras abertas, o que faria com que produtos britânicos fossem submetidos a controles no Ulster.   

A ausência de fronteira rígida entre as Irlandas é um dos princípios do acordo de paz de 1998.   

“Teremos um convidado surpresa no Conselho Europeu: o Brexit.   

Estou surpreso, porque pensávamos que tínhamos chegado a um acordo com o governo britânico, mas parece que existem problemas quando se aproxima da meta”, disse Juncker, em audiência nesta terça no Parlamento da UE.   

“O acordo que fizemos é o melhor possível, o único possível, não há margem de manobra para uma nova negociação”, garantiu, prometendo também “não deixar a Irlanda sozinha”. Dublin não abre mão do “backstop”, já que seria uma forma de evitar o surgimento de novas tensões na fronteira com a Irlanda do Norte.   

May, no entanto, busca garantias vinculantes de que o Reino Unido não fique preso no “backstop” de modo permanente. A ministra para Assuntos Europeus da França, Nathalie Loiseau, disse nesta terça que é preciso se preparar para “uma falta de acordo”, algo que não é “improvável”. (ANSA)