May desafia oposição e promete ‘lutar por cada voto’

LONDRES, 19 ABR (ANSA) – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta quarta-feira (19) que está pronta para lutar por “cada voto” nas eleições antecipadas convocadas para o próximo dia 8 de junho.   

A declaração foi dada durante um discurso na Câmara dos Comuns, que deve votar nesta quarta a moção do governo para dissolver o Parlamento e levar o país às urnas. “Estamos prontos para lutar por cada voto”, declarou May, acrescentando que o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, é “inadequado” para comandar a nação.   

As eleições gerais no Reino Unido deveriam ocorrer apenas em 2020, mas May decidiu antecipá-las para fortalecer seu mandato e ampliar a maioria do Partido Conservador no Congresso, diminuindo a chance de eventuais obstruções ao processo de saída da União Europeia.   

A premier chegou ao poder em julho do ano passado, após a renúncia de David Cameron, sem passar pela chancela das urnas.   

As pesquisas apontam que os conservadores têm atualmente 46% das intenções de voto, 21 pontos a mais que os trabalhistas.   

“Cada voto nos conservadores me reforçará em vista das negociações sobre o ‘Brexit'”, afirmou May à Câmara dos Comuns.   

Ela também disse que não permitirá que a oposição “divida” o país, em recado a Corbyn, à primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, e ao partido Liberal-Democratas (LibDem).   

Os três grupos, todos europeístas, poderiam se unir em coalizão para tentar derrotar May e assumir as conversas com a UE. A premier garante que as eleições antecipadas não atrasarão as tratativas com Bruxelas, mas o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse nesta quarta que a “verdadeira negociação política” só começará após 8 de junho.   

Em março passado, o Reino Unido ativou o artigo 50 do Tratado de Lisboa e iniciou formalmente o processo de “divórcio” entre o país e o bloco. A moção para antecipar as eleições precisa do apoio de dois terços da Câmara dos Comuns, mas a medida não deve encontrar resistência entre os deputados. (ANSA)