A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, apresentou nesta terça-feira (21) uma revisão de seu plano para o Brexit e afirmou que o Parlamento tem uma “última chance” para aprová-lo.

Rejeitado em três ocasiões, o texto deve ir a voto na Câmara dos Comuns em 3 de junho, mas o cenário atual mostra que os parlamentares ainda estão longe de entrar em acordo.

“Eu assumi um compromisso, agora peço para vocês fazerem o mesmo. Ofereci até desistir de um cargo que eu amo antes do que eu gostaria”, disse May, que prometeu renunciar caso o acordo de retirada da União Europeia seja aprovado.

O novo texto inclui a proposta para uma união aduaneira “temporária” para bens com a UE e a manutenção dos padrões europeus para tutela de trabalhadores e do meio ambiente – as duas medidas eram reivindicações do Partido Trabalhista, de oposição.

Além disso, obriga o Reino Unido a propor, até o fim de 2020, uma alternativa para o “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre Irlanda do Norte e República da Irlanda caso Londres e Bruxelas não cheguem a um acordo comercial.

O projeto ainda determina que, caso o backstop entre em vigor, a Irlanda do Norte permanecerá alinhada com o restante do Reino Unido em questões alfandegárias. O texto rejeitado três vezes pelo Parlamento previa que o backstop valesse após o fim do período de transição, em 31 de dezembro de 2020, mas apenas se os dois lados não fechassem um tratado comercial.

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Apoiadores do Brexit, no entanto, acreditam que isso seria uma maneira de a União Europeia anexar informalmente a Irlanda do Norte. Já a República da Irlanda teme que um eventual fechamento da fronteira restabeleça a violência entre os dois territórios.

A nova proposta de May também prevê a possibilidade de a Câmara dos Comuns votar uma moção vinculativa para convocar um segundo plebiscito sobre o Brexit. A última cartada da premier chega após semanas de negociações fracassadas com o Partido Trabalhista, cujo líder, Jeremy Corbyn, disse que a proposta não traz “mudanças significativas’.

Inicialmente marcada para 29 de março, a separação foi adiada para 31 de outubro, o que fará o Reino Unido participar das eleições para o Parlamento Europeu, de 23 a 26 de maio. (ANSA)


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