Maior aposta da Fórmula 1 para o futuro, Max Verstappen se tornou um fenômeno de público na categoria. O piloto de apenas 21 anos, mas já com quatro temporadas de Fórmula 1 nas costas, mobiliza milhares de fãs pelas corridas na Europa e até compensa a torcida holandesa pelos fracos resultados no futebol, o esporte mais popular do país.

A “onda laranja” passou a ganhar destaque neste ano, quando torcedores invadiram as etapas mais próximas da Holanda, principalmente nos circuitos de Spa-Francorchamps, na Bélgica, e Hockenheim, na Alemanha. Houve também grande público holandês no GP da Áustria, em Spielberg. “É muito legal esse apoio. Mas eu fiquei um pouco surpreso”, admitiu Verstappen, ao ser questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o seu sucesso de público.

Sem uma etapa no calendário, a torcida holandesa adotou Spa-Francorchamps como a corrida de Verstappen “em casa”. E não decepcionou. A “invasão” superou os 10 mil torcedores neste ano. A organização do GP belga até reservou um espaço considerável das arquibancadas para o público do país vizinho.

Diretor de marketing do GP da Alemanha, Jorn Teske disse no início do ano que Verstappen foi “determinante” para o aumento nas vendas dos ingressos para a corrida em Hockenheim, no fim de julho. “A torcida não está grande somente em Spa, mas também na Áustria. É sempre legal vê-los lá”, disse.

Verstappen não chegou a entrar na briga pelo título deste ano. É o quinto colocado, com duas vitórias na temporada. Para o holandês, o bom apoio do público também se deve aos resultados ruins da seleção holandesa no futebol. O tradicional time do seu país não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo e a Eurocopa.

“De certa forma estou preenchendo esse espaço. Por um tempo, não tivemos um piloto na F-1. E a nossa seleção não foi muito bem em campo por alguns anos e acho que isso ajuda um pouco”, afirmou Verstappen.

As altas expectativas e o glamour da Fórmula 1 contrastam com a personalidade mais fechada do piloto – ele é caseiro e discreto. “Ficar em casa, com a família, é o que eu mais gosto de fazer. Também gosto de andar de bicicleta e jogar videogame, principalmente o Fifa”.

Torcedor do PSV Eindhoven, ele lamenta não poder mais acompanhar o time no estádio. E lembra dos craques brasileiros que já defenderam o clube. “Tivemos o Romário e o Ronaldo”. Verstappen chegou a jogar na infância. “Eu jogava sempre até os 11 anos, mas comecei a ficar muito ocupado com o automobilismo. Tive que fazer uma escolha e percebi que eu era bem melhor pilotando do que jogando futebol”.