Nascido para pilotar, o holandês Max Verstappen segue acumulando feitos em sua carreira após conquistar seu terceiro título mundial de Fórmula 1 neste sábado (7) e, aos 26 anos, parece em condições de marcar a história da principal categoria do automobilismo.

Poucos duvidavam, mas Verstappen provou isso de maneira incontestável: após uma batalha épica em 2021 com Lewis Hamilton, ‘Mad Max’ dominou a F1 tanto em 2022 como em 2023 para se tornar tricampeão.

Como disse o próprio piloto holandês, “não se pode comparar épocas”, por isso não parece apropriado compará-lo a outros campeões como Ayrton Senna (três títulos), Alain Prost (quatro), Juan Manuel Fangio (cinco) ou Michael Schumacher e Hamilton (sete, recorde da categoria)

Verstappen escreve sua própria história, marcada pela herança familiar, já que seus pais foram pilotos de alto nível.

“Toda a família vivia para as corridas, por isso eu acho que a pessoa que Max é hoje e o que ele conquistou é algo natural”, disse à AFP no ano passado seu agente, Raymond Vermeulen.

Seu pai, o ex-piloto Jos Verstappen, disputou 107 corridas na Fórmula 1 entre 1994 e 2003, com dois pódios no primeiro ano.

Sua mãe, Sophie Kumpen, foi companheira no karting de outro campeão mundial de Fórmula 1, o britânico Jenson Button.

“Ela era uma piloto fantástica”, lembrou Button.

– “Adiantado para sua idade” –

Familiarizado com os circuitos, Verstappen, que nasceu na localidade belga de Hasselt em 30 de setembro de 1997, sentiu muito cedo a gasolina correndo por suas veias e aos quatro anos já dirigia um kart.

“Sempre adiantado para sua idade”, segundo Vermeulen, o holandês multiplica recordes de precocidade, até se tornar o piloto mais jovem a correr em um GP de Fórmula 1, em 2015, a bordo de uma Toro Rosso.

Uma aposta vencedora da equipe satélite da Red Bull: se tornou o piloto mais jovem a somar pontos dias depois e, mais adiante, já na Red Bull, o vencedor com menos idade de um GP, na Espanha, em 2016, com 18 anos.

No entanto, um dos poucos recordes que escapou foi o de ser o campeão do mundo mais jovem, já que conquistou seu primeiro título aos 24 anos, atrás de Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Fernando Alonso.

Durante seus primeiros anos na F1, Verstappen teve que se contentar com momentos brilhantes esporádicos em um monoposto inferior aos de seus adversários, mas desde que a Red Bull lhe deu um carro competitivo, ele se tornou uma máquina de vencer.

Mesmo tendo dito que não se vê pilotando depois dos 40 anos, Verstappen ainda tem margem para se tornar o piloto com mais títulos na história. Com um longo contrato com a Red Bull, uma confiança pouco comum na F1, a simbiose é total entre o melhor piloto e a melhor equipe, que sempre o apoiou.

– Sangue frio –

Insolente no início, Max aprendeu a domar seu temperamento na pista e atualmente é um monstro de sangue frio, que praticamente não comete erros.

Longe daquela versão que bateu inutilmente com Esteban Ocon no GP do Brasil de 2018, antes de empurrar o francês diante das câmeras, ou ameaçar a imprensa quando lhe perguntaram sobre seus erros no Canadá naquele mesmo ano.

Bastante discreto em sua vida privada, Verstappen afirmou que o fato de ter sido campeão “não mudou” sua rotina. Ele pouco interage nas redes sociais: algumas fotos fazendo caminhada em Mônaco, onde mora, ao lado de sua namorada, Kelly Piquet, filha do tricampeão mundial Nelson Piquet, ou com algumas estrelas como o DJ Martin Garrix, seu amigo.

O resto são ações de marketing (edições especiais de capacetes, etc.), sem fugir do politicamente correto. Ele nunca se pronunciou a favor de alguma causa, como Hamilton fez contra o racismo e Vettel fez pela ecologia.

“Eu só sou um cara normal”, repete ele em cada entrevista. Um cara normal, no entanto, que pilota bólidos a 350 km/h e que viaja o mundo inteiro a bordo de um avião particular personalizado…

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