O tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), irá participar de uma acareação com o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, nesta quarta-feira, 13. Os dois ficarão frente a frente no STF (Supremo Tribunal).
O procedimento faz parte da ação penal que tramita na Corte contra Câmara e outros cinco réus por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Mauro Cid também é réu em outra ação penal do mesmo tema, que concentra as acusações sobre o chamado “núcleo crucial” da trama golpista que buscou pela ruptura democrática.
Já Marcelo integra o chamado “núcleo de gerenciamento de ações”, que supostamente era responsável por coletar dados e informações que pudessem auxiliar eventuais medidas para consumar o golpe.
A acareação foi solicitada pela defesa de Câmara e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. No pedido, os advogados do ex-assessor mencionaram três pontos que, nas suas avaliações, precisam ser enfrentados na acareação:
- Afirmação de Mauro Cid de que Câmara teria acessado e manipulado minutas golpistas que supostamente foram apresentadas durante reuniões de teor antidemocrático no Palácio da Alvorada;
- Fala do delator de que Câmara realizou monitoramento contínuo do ministro Alexandre de Moraes e da então chapa eleita em 2022 Lula-Alckmin;
- Declarações de Cid sobre o conhecimento de Marcelo Câmara acerca dos motivos do monitoramento de Moraes, Lula e Alckmin e a ligação de Câmara com o kid preto Rafael de Oliveira.
O ex-assessor de Bolsonaro nega que tenha monitorado autoridades. Atualmente, ele está preso sob suspeita de tentar obter ilegalmente informações sigilosas sobre a delação premiada de Mauro Cid.