O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi convocado a prestar um novo depoimento à PF (Polícia Federal) nesta terça-feira, 19, em Brasília (DF). A determinação foi feita após arquivos apagados do celular de Cid serem recuperados pelas autoridades.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso no inquérito que investiga fraude em certificados de vacinação contra Covid-19 e também prestou depoimentos relativos à tentativa de golpe que teria sido elaborada durante o governo do ex-presidente, além de cooperar com as autoridades com informações do esquema de desvio e venda das joias sauditas.
Cid firmou acordo de delação premiada com a PF em 2023 e obteve o direito de permanecer em liberdade.
+ Golpistas do 8 de janeiro monitoravam segurança de Lula e planejavam raptar presidente
+ STF tem maioria para rejeitar recursos de Bolsonaro em casos envolvendo Mauro Cid
O tenente-coronel foi convocado a novo depoimento para explicar possíveis falhas e omissões em seus depoimentos após a PF recuperar arquivos da tentativa de golpe apagados de seu celular.
As evidências coletadas com um software israelense apontaram que os suspeitos de planejar um golpe de estado fizeram um levantamento de nomes, rotinas e armamentos dos responsáveis pela segurança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Por conta das novas descobertas da investigação, a PF pode concluir que Cid não cumpriu com as obrigações estabelecidas pelo acordo de delação premiada e fazer uma rescisão. A medida não anularia os depoimentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mas cancelaria os benefícios recebidos por ele.
De acordo com Cezar Bittencourt, advogado de Cid, não há preocupação quanto à reavaliação do acordo do tenente-coronel com as autoridades. Segundo o homem, é comum que novas informações surjam durante o inquérito e a polícia procure novamente os investigados para depoimento.
*Com informações da Agência Brasil e do Estadão