 "Reprodução/montagem Instagram")
Maurício Kubrusly recebeu alta hospitalar na manhã desta quarta-feira, 17, após permanecer internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, na Bahia. O jornalista, de 80 anos, foi hospitalizado em caráter emergencial por causa de um hematoma subdural. Diagnosticado com demência frontotemporal, ele enfrenta uma doença crônica e progressiva, que provoca alterações importantes no comportamento e na personalidade, enquanto parte das funções cognitivas permanece relativamente preservada.
A saída do hospital foi confirmada por sua esposa, Ana Beatriz Goulart, que destacou o atendimento recebido pela equipe médica. Segundo ela, a internação ocorreu em um momento crítico, e os cuidados prestados foram determinantes. “Ele deu entrada em situação de emergência e hoje estamos indo para casa. Quero agradecer e parabenizar todos os profissionais que nos atenderam. Fomos muito bem acolhidos e tivemos todo o suporte necessário. Saio daqui fortalecida. Pela gravidade do quadro inicial, não sei o que teria acontecido sem esse atendimento. Muito obrigada a cada um de vocês”, afirmou.
Quais são os sintomas da demência frontotemporal?
Os sinais da demência frontotemporal nem sempre são percebidos de imediato pela família, especialmente nas fases iniciais da doença. Entre os sintomas mais recorrentes estão quadros de depressão de início tardio, seguidos por mudanças comportamentais, como desinibição, descuido com a higiene e os cuidados pessoais, falta de atenção, agressividade e alterações cognitivas, incluindo comprometimento da memória. Também podem surgir rigidez mental, hiperoralidade, instabilidade emocional e mudanças na fala.
Como é o diagnóstico da demência frontotemporal?
Ao menor sinal de alteração, a recomendação é buscar avaliação com um neurologista, que poderá realizar uma análise clínica detalhada. O diagnóstico costuma envolver testes neuropsicológicos, exames laboratoriais, como hemograma completo, e exames de imagem, que auxiliam na identificação da demência frontotemporal.
É importante destacar que a doença não tem cura e tende a evoluir com o passar dos anos. Ainda assim, existem tratamentos medicamentosos capazes de controlar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente.
Trajetória profissional
Com passagens por jornais impressos, rádio e televisão, Kubrusly entrou para a TV Globo na década de 1980. No Fantástico, ganhou projeção nacional com o quadro “Me Leva, Brasil”, que retratava o cotidiano de brasileiros que viviam fora dos grandes centros urbanos.
O projeto permaneceu no ar por 16 anos, período em que o jornalista visitou mais de 150 cidades e percorreu cerca de 400 mil quilômetros pelo país.
Em dezembro de 2024, sua trajetória foi revisitada no documentário “Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí”, lançado na Globoplay. A produção reúne imagens de arquivo e depoimentos de amigos e colegas de profissão.
O filme foi um dos vencedores do prêmio anual da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) em 2025.