Mau tempo na Espanha faz Flotilla humanitária retornar a porto

ROMA, 1 SET (ANSA) – A expedição Global Sumud Flotilla, destinada a levar ajuda humanitária a Faixa de Gaza, teve que retornar durante o amanhecer desta segunda-feira (1º) ao porto de Barcelona, na Espanha, de onde partiu no domingo (31), devido ao mau tempo. De modo paralelo, Israel prepara um plano para deter sua tripulação, que será tratada como “terrorista”.   

A decisão de voltar com a frota composta por 20 embarcações foi tomada para garantir a segurança dos mais de 300 ativistas da missão, que inclui a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. A previsão é que os navios partam do porto de Barcelona no início desta tarde.   

“Devido às condições climáticas perigosas, realizamos um teste no mar e retornamos ao porto para deixar a tempestade passar. Isso atrasou nossa partida para evitar complicações para embarcações menores”, disseram fontes da organização Global Sumud Flotilla, citando “ventos com mais de 30 nós” e “a imprevisibilidade do Mediterrâneo”.   

A mudança de cronograma também levou a alterações nos planos iniciais para os outros navios que se juntarão à expedição nos portos italianos de Gênova e Sicília, além da Tunísia e da Grécia.   

O objetivo dos ativistas da missão é romper o bloqueio naval israelense e entregar ajuda à população em Gaza, no que os organizadores chamaram de “a maior missão humanitária da história”.   

Segundo a programação inicial, em 4 de setembro, todos os navios da frota ? aproximadamente 50 embarcações de toda a Europa e 500 ativistas, políticos e voluntários de 44 países ? deveriam se reunir em águas internacionais para continuar sua jornada até a costa do enclave no Oriente Médio, onde esperavam chegar em meados de setembro.   

Por outro lado, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, apresentou ao governo hoje um plano para barrar a Global Sumud Flotilla, o qual prevê que todos os ativistas a serem detidos sejam levados para as prisões de Ketziot e Damon, destinadas a terroristas, com tempo prolongado – ao contrário do que aconteceu em missões passadas, quando os organizadores foram deportados imediatamente (caso de Thunberg) ou após poucos dias na cela (caso de Ávila).   

Além disso, o projeto também quer negar privilégios especiais aos ativistas, como acessos a TV, rádio e comidas específicas.   

“Não permitiremos que aqueles que apoiam o terrorismo vivam confortavelmente”, declarou Ben-Gvir, citado pelo Jerusalem Post. (ANSA).