ROMA, 29 SET (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, ao relembrar nesta segunda-feira (29) o 81º aniversário do massacre em Marzabotto, destacou que recordar a pior atrocidade do país e da Europa Ocidental durante a Segunda Guerra Mundial “é um dever” para que se possa “defender a liberdade, sem oportunismos”.
“Recordar impulsiona o compromisso de garantir que a busca pela dominação nunca mais apague os direitos humanos, nem que as estratégias de aniquilação atropelem a vida”, disse o chefe de Estado italiano, acrescentando que “a história nos ensina: um povo quer ser construtor de sua história. Esta é a essência da liberdade e da independência, que devem ser sempre defendidas, de forma consistente, sem oportunismo, em todas as latitudes”.
Durante a ocupação alemã na Itália no período da Segunda Guerra, em 29 de setembro de 1944, em Marzabotto, província de Bolonha, tropas nazistas assassinaram mais de 1.830 civis, episódio que Mattarella chamou de “o ápice da desumanidade” do Nazismo e “onde a guerra se tornou extermínio indiscriminado”.
“A Constituição italiana e o próprio projeto da Europa nasceram daquele sangue inocente, para construir uma nova civilização de democracia e paz”, concluiu o presidente da Itália, que citou o encontro ocorrido nos 80 anos do massacre com seu homólogo na Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, como “um sinal precioso de uma memória que se torna caminho, que reconstrói o bem comum, que substitui o ódio pela reconciliação, que atribui à Europa um papel importante no mundo, a mesma Europa que conheceu a barbárie”. (ANSA).