Matheus Bachi evita falar de lesão de Neymar e elogia postura do Santos: ‘Aplicado o jogo todo’

Matheus Bachi perdeu pela primeira vez no comando de um time, mas mostrou bastante sabedoria e calma para avaliar o momento do Santos. Apesar de ser ‘estreante’ na função pela equipe praiana, já havia substituído seu pai, Tite, em duas oportunidades no Flamengo e não sentiu o peso da obrigação. Mas lamentou os 2 a 0 para o Bahia, jogo no qual elogiou o grupo e confiava em algo melhor. Firme nas palavras, o auxiliar só não falou sobre a lesão de Neymar, jogando o assunto para os médicos.

“A questão do Ney é com o departamento médico, não comigo”, apressou-se a fugir do assunto o interino, sem querer se aprofundar no que realmente está ocorrendo. Além de cumprir suspensão, o jogador teria sentido um problema muscular na coxa que pode tirá-lo da convocação da seleção. “Estou aqui para falar do jogo”, pediu.

E foi atendido, ao voltar a falar do trabalho da semana e de suas ideias. “A gente veio com uma proposta de jogo de agredir o adversário, pressionar alto quando fossem fazer uma saída de bola e depois manter um bloco médio, sabendo da qualidade e do tempo que esse Bahia está junto. Passamos a semana inteira trabalhando em cima disso”, explicou sua tática, frustrada com um gol logo aos 11 minutos. “Acredito que defensivamente a gente fez um bom primeiro tempo. E acabou se expondo em alguns momentos, principalmente durante o segundo, quando fomos agredir para tentar recuperar a posse de bola”, seguiu.

O técnico interino evitou terra arrasada na equipe e fez questão de elogiar o grupo, já prevendo uma volta por cima na luta contra a queda muito em breve. O time volta a jogar diante do Fluminense, daqui uma semana, já sob a direção do novo técnico, o argentino Juan Pablo Vojvoda.

“Acabamos tomando um gol próximo dos 15 minutos (com 11) depois de uma semana que foi complicada (após levar 6 a 0 do Vasco) e esses jogadores trabalharam muito bem”, elogiou. “Eles tiveram a consciência e a concentração de não sair do jogo, que era o mais importante. A gente se manteve no jogo, começamos a crescer ainda no primeiro tempo, não fomos contundentes o suficiente ofensivamente, não geramos as situações que gostaríamos, mas fomos aplicados durante o jogo inteiro”, frisou. “A equipe se aplicou, se doou, se entregou e buscou até os 48, 49 minutos um resultado e uma condição melhor.”

Vojvoda esteve na Arena Fonte Nova para acompanhar o time e também foi ao vestiário falar com Matheus Bachi. Nada, porém, de interferências. Ele começa a trabalhar para valer neste início de semana.

“Recebi uma autonomia muito grande da direção para conduzir o trabalho com a comissão técnica inteira essa semana para trabalhar em cima do jogo. Quando foi definida a situação (contratação do técnico), tive um contato com Vojvoda e ele foi sempre muito educado e solícito para entender o momento e a característica do elenco e poder dar alguma ideia dele, mas sempre dando suporte a mim e à comissão para que a gente tivesse total liberdade para as decisões”, explicou Bachi.

O auxiliar ainda recebeu o comandante no vestiário em Salvador. “Com Vojvoda foi uma interação muito respeitosa para conosco e para com o grupo e muito breve, mas já sentindo-se partícipe de um todo que está acontecendo e que juntos vamos conseguir sair dessa situação.”

A primeira missão do novo comandante será resgatar o atacante Guilherme, que sequer viajou com o grupo para Salvador após muitas críticas da torcida. Sentindo-se abalado, o jogador pediu para ser cortado da partida. Vojvoda deve conversar para mudar a ideia de o goleador deixar o clube.