O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) coloca em exposição, na terça-feira, 28, quatro peças de arte pré-colombiana da coleção Edith e Oscar Landmann, cedida em comodato por dez anos ao museu, um acervo com mais de 900 obras históricas do período. A coleção abriga peças de cerâmica, tecidos e metais de povos que habitaram países da América do Sul, como o Brasil, Colômbia e Peru, cobrindo 2.500 anos de história, desde 1.000 a.C. até a vinda dos conquistadores europeus no século 16.

Na próxima semana, essas peças da coleção privada estarão expostas junto ao acervo permanente no segundo andar do museu, agora exibido nos painéis de vidro desenhados pela arquiteta Lina Bo Bardi. “Com as peças da cultura marajoara, teremos uma presença brasileira logo no início da mostra Acervo em Transformação, organizado cronologicamente e antes dominado por obras europeias, pelo menos até o século 19”, observa o diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa.

A exibição dessas quatro peças marajoaras antecede a exposição centrada na Coleção Masp Landmann e programada para 2018, quando será publicado um catálogo com todas as obras que integram o acervo, que terá como curador honorário o arqueólogo peruano Walter Alva – ainda este ano o museu deverá contratar um curador adjunto para a coleção.

Heitor Martins, diretor presidente do Masp, saudou a entrada da coleção Landmann no acervo do museu como “mais um passo para a formação de coleções transversais com obras de diferentes períodos, técnicas e culturas”.

Julio Landmann, um dos filhos do casal Edith e Oscar Landmann e ex-presidente da Fundação Bienal, destacou a cessão como a concretização de um desejo dos pais, de tornar a coleção “acessível ao público.” O pai, cônsul, começou a colecionar nos anos 1930 e queria que ele ficasse com o acervo, revela Julio. “Antes, doamos 170 peças para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, mas foi muito frustrante, pois as peças não eram exibidas”, conta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.