Enfim, Lázaro pôde sair para pescar, Dayli, para nadar e Fernando para correr no Malecón de Havana. Após mais de 100 dias de confinamento, a capital cubana retomou seu romance com o mar, embora sem turistas estrangeiros.

“Sinto alegria, porque é disso que gostamos, da pesca. Estamos aqui felizes, respeitando as normas”, diz o pescador Lázaro Castillo, 55, que não dispensou a máscara de proteção.

Havana é o último foco de Covid-19 na ilha, mas como registra poucos casos diários, o governo autorizou hoje a primeira das três fases de desconfinamento, no momento em que quase todo o país já está na segunda fase. No caso da capital, estão sendo retomados gradualmente o transporte público e algumas atividades de comércio e serviços, bem como a reabertura das praias e do turismo doméstico.

Mal amanheceu, o motorista Lázaro seguiu com cinco amigos par o Malecón, que se estende por sete quilômetros sobre a costa da capital e é um ponto de encontro obrigatório de moradores e turistas. Até hoje, a ilha, de 11,2 milhões de habitantes, registrava 2.361 casos e 86 mortes, motivo pelo qual se considera a doença sob controle.

“Feliz 3 de julho, em que toda a ilha entra na etapa pós-Covid-19. Que a alegria não nos faça esquecer a responsabilidade. Hoje ganhamos uma batalha, mas ainda não vencemos a guerra”, tuitou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

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Cerca de 200 pessoas compareceram nesta sexta-feira à “Playita 16”, trecho da costa do oeste da capital, para um mergulho no mar. A poucos metros da praia, o gerente da cafeteria estatal “El Arrecife”, Daniel Rodríguez, queixava-se do prejuízo causado pela pandemia: “Vendíamos 1.700 CUC por dia, agora chegamos a apenas 500.”

No momento, turistas estrangeiros só podem chegar às pequenas ilhas que rodeiam o território cubano, sem ter contato com os cidadãos. A reabertura do país ao turismo, motor da sua economia, pode acontecer depois de agosto.

Apesar da retomada, vários moradores preferiram se manter em quarentena e alguns ônibus circulavam praticamente vazios.


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