Depois de muito debate, o governo britânico decidiu que o uso de máscaras contra a propagação do coronavírus nas lojas da Inglaterra é obrigatório a partir de 24 de julho, uma medida que foi recebida como positiva, embora tardia.

Atualmente, a máscara é obrigatória apenas nos transportes públicos e recomendada nos espaços públicos fechados do país.

Hoje à tarde, porém, o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, deve anunciar no Parlamento o uso obrigatório de máscara nos estabelecimentos comerciais a partir de 24 de julho, anunciou Downing Street.

E, se decidiram esperar dez dias para pôr a medida em prática – e não imediatamente -, é para “dar tempo às pessoas para se prepararem”, disse o ministro do Meio Ambiente, George Eustice, ao canal Sky News.

Depois de alegar inicialmente que cobrir o rosto poderia ser contraproducente, por dar uma sensação de segurança e inibir o distanciamento, o Executivo conservador britânico está há semanas sob pressão para impor seu uso em ambientes fechados, especialmente por parte do prefeito de Londres, o trabalho Sadiq Khan.

“A compreensão” sobre a utilidade das máscaras “evoluiu”, argumentou Eustice.

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“À medida que levantamos o confinamento e permitimos que mais lugares abram, também temos que revisar as medidas em vigor para limitar a transmissão do vírus e controlá-lo”, acrescentou.

Essa obrigação não se aplica a bares e restaurantes ou, como disse Eustice à rede BBC, aos funcionários de supermercados.

Os infratores enfrentarão multas de até £ 100 (US$ 125), como já é o caso no transporte público.

O uso de máscara em lojas já é obrigatório na Escócia e em vários outros países europeus.

País na Europa mais atingido pela COVID-19, com quase 45.000 mortes confirmadas, o Reino Unido suspendeu a maioria das restrições introduzidas desde que o confinamento foi decretado em 23 de março.

A desescalada decidida pelo governo Boris Johnson se aplica apenas à Inglaterra, já que as outras três nações autônomas que compõem o país seguem seus próprios calendários de desconfinamento.

Em um comunicado, a Associação Médica Britânica declarou que o uso de máscaras nas lojas é “muito necessário” e deve ser aplicado imediatamente.

Khan aplaudiu a “mudança de opinião” do governo, enfatizando, em entrevista também à BBC, que “essa pequena medida pode fazer uma grande diferença quando combinada com outras”.

O British Retail Consortium, uma associação profissional do setor de varejo, também elogiou uma medida que traz “clareza”, após uma série de “mensagens contraditórias” que tornava “realmente difícil as pessoas entenderem o que tinham de fazer”.


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