O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que a base aliada do governo estuda entrar com requerimento para impedir que a sessão de debates na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, continue nesta quinta-feira, 13.

Marun afirmou que espera que os debates invadam a madrugada, mas não sejam suspensos enquanto todos os inscritos não terminarem de falar.

Com isso, o objetivo da tropa de choque do governo é conseguir colocar o tema em votação amanhã. Assim, o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia ser analisado pelo plenário já na sexta-feira, 14. “Não vamos nos submeter a nenhuma manobra”, disse Marun.

Apesar da pressa da base do governo, o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), sinalizou que vai suspender a sessão até o fim da noite e reiniciar os trabalhos na manhã desta quinta. Pelo regimento, todos os membros e seus respectivos suplentes podem falar por até 15 minutos. Outros 40 deputados não membros da comissão (20 favoráveis à denúncia e 20 contrários) também têm direito à fala, por até 10 minutos.

A tensão entre CCJ e base aliada começou logo cedo, no início da sessão de debates. Ainda no começo do dia, governistas anunciaram que tinham pronto o pedido para encerrar a discussão e que estavam dispostos a fazer uso do mecanismo para abreviar a fase. Esse tipo de requerimento pode ser apresentado a partir do 10º discurso na comissão.

Em resposta, Pacheco mandou um recado dizendo que não receberia o requerimento de encerramento da discussão da sessão de debates. Segundo apurou a reportagem, o peemedebista enfatizou que o pedido seria compreendido como uma quebra de acordo e ameaçou encerrar a sessão desta quarta-feira, retomando os trabalhos só no dia seguinte.