Após a decepção da derrota nas semifinais para a Suécia, o bronze era visto como obrigação, mas Marta e companhia foram novamente vencidas, desta vez pelo Canadá, e não medalharam, assim como Yane Marques, que fez prova de heptatlo moderno ruim e não conseguiu repetir o pódio de Londres-2012.

Emocional e fisicamente enfraquecida, depois de passar por duas prorrogações e duas sessões de pênaltis em cinco dias, a seleção brasileira não encontrou forças para segurar a boa equipe canadense, que venceu por 2 a 1 e garantiu o bronze.

Outra chance de medalha brasileira frustrada nesta sexta-feira foi Yane Marques, que não conseguiu repetir o incrível rendimento de Londres-2012, onde foi bronze no pentatlo moderno, e precisou se contentar com um decepcionante 23º lugar.

No hipismo, o Brasil conseguiu classificar dois cavaleiros à segunda passagem, com Pedro Veniss e Álvaro Affonso de Mirando Neto, o Doda, que voltaram a pista em busca da medalha com 4 pontos em penalidades.

Na volta decisiva, Doda zerou o percurso e permaneceu com 4 pontos perdidos, enquanto Veniss excedeu o tempo limite e terminoua final com 5 pontos, ambos longe do pódio, que contou com seis cavaleiros zerados.

Como vem virando rotineiro, quem brilhou e tirou o Brasil do marasmo foi Isaquias Queiroz. Ao lado de Erlon de Souza, o canoísta se classificou à final do C2 1000 m com o melhor tempo geral e brigará por uma medalha neste sábado.

A FAÇANHA

Caio Bonfim. O atleta brasileiro da marcha atlética já havia mostrado seu potencial na prova de 20 km, cruzando a linha de chegada na quarta colocação, ficando à beira do pódio, apenas cinco segundos atrás do medalhista de bronze. Nesta sexta-feira, competiu na prova de 50 km e voltou a mostrar seu potencial, deixando o forte calor que assolou o Rio de Janeiro para terminar a corrida na nona colocação.

A DECEPÇÃO

Yane Marques. Quatro anos depois de conquistar um inédito bronze no pentatlo moderno nos Jogos de Londres, Yane chegou ao Rio-2016 como uma das favoritas a subir no pódio. A porta-bandeira da delegação brasileira acabou não indo bem, puxada para a parte de baixo da classificação por um desempenho ruim na esgrima, no primeiro dia de disputa. Nas provas seguintes, não conseguiu tirar o atraso sobre as adversárias e terminou na 23ª colocação.

AS FRASES

“Ele fez uma grande babaquice”, limitou-se a dizer o canoísta brasileiro Isaquias Queiroz, referindo-se ao moldavo Serghei Tarnovschi, que perdeu a medalha de bronze na prova C1 1000 m após ser flagrado no antidoping. Isaquias foi prata na mesma corrida.

“Minha carreira só está começando. A brincadeira começou agora. Mas será que o povo brasileiro vai achar o nono lugar um feito? Às vezes falam: ‘brasileiro é nono e ainda fica feliz’. Mas eu fui 14 minutos abaixo do meu recorde”, desabafou Caio Bonfim ao fim da prova da marcha atlética 50 km.

“Se tivéssemos perdido para a Argentina seria muito pior”, afirmou o técnico da seleção feminina de futebol, Vadão, ao relativizar a derrota na disputa da medalha de bronze para o Canadá. O treinador se referia ao fato do Canadá ter um trabalho de base e profissional no esporte, o que faz do país uma força mundial, enquanto a seleção argentina não tem qualquer tradição no futebol feminino.

A HISTÓRIA

Quando tinha sete meses de idade, Caio Bonfim teve meningite. Em seguida, duas pneumonias. Com intolerância à lactose, não pôde ingerir derivados de leite durante os primeiros anos. Isso resultou num déficit de cálcio no corpo e suas pernas não resistiram ao peso quando começou a andar. Aos três anos, precisou passar por cirurgia para endireitar as pernas tortas. Na escola, sofreu com o preconceito ao escolher a marcha atlética como disciplina esportiva. Nada disso abalou a fé desse brasiliense de 25 anos, nono colocado na prova de 50 km dos Jogos Rio-2016.

am/lg