Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo e maior artilharia da seleção brasileira, com 107 gols, Marta comemorou os 35 anos nesta sexta-feira prometendo ajudar muito a equipe nacional. Voz ativa do futebol feminino, a craque sempre prega por mais oportunidades para a renovação da modalidade e quer usar seu talento e experiência para “ajudar as novas meninas” da equipe.

A seleção brasileira está em Orlando, nos Estados Unidos, disputando o She Believes, torneio preparatório para a Olimpíada de Tóquio. Neste domingo, enfrenta as donas da casa, campeãs mundiais, numa grande experiência para quem está chegando agora no time. Na quinta-feira, com um gol da craque, venceu a Argentina por 4 a 1.

“Algumas meninas nunca estiveram aqui (numa competição com a seleção brasileira) ou não tiveram oportunidade de jogar grandes jogos como o de agora, especificamente contra a seleção dos Estados Unidos, considerada a melhor do mundo”, enfatizou. “É nesses jogos que vamos lapidando as atletas, elas têm de passar por essas situações, como eu passei, quando tinha 16 anos.”

Marta não revela se teve apoio no começo, mas não quer que isso se repita na renovação da seleção. “É o que a Pia (Sundhage, treinadora) nos coloca, de ter a vontade de correr, de defender. Sinto que tenho condições de contribuir, ter o contato com as meninas que estão chegando, mostrar a elas um caminho a seguir e me doar 100%, aprendendo o tempo inteiro”, afirmou. “Acredito que é importante manter essa vontade para levar a vida de atleta por muitos anos, como a Formiga.”

E Marta reconhece que o Brasil anda investindo mais no futebol feminino, acreditando não apenas na seleção, mas também nos clubes. Pede, apenas, um pouco de paciência. “Sem dúvidas, tudo que aconteceu em torno da Copa, durante e depois, tem sido de grande importância. As coisas realmente estão mudando, mas a gente, como brasileira, sabe que o povo é muito exigente e espera resultados expressivos da noite para o dia. Isso não acontece”, ressaltou. “Só acontecerá com trabalho e planejamento e estamos no caminho certo. Temos hoje no Brasil grandes clubes, de nome, investindo na base, isso é importante. Precisamos de renovação, caras novas. A Pia tem feito isso muito bem.”

No dia do aniversário, Marta acabou recebendo uma homenagem da mãe, dona Tereza, e da madrinha, dona Riso, que participaram do fim da videoconferência. Ela ficou visivelmente emocionada.

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“Mãe, não posso chorar, estou maquiada. Madrinha, estamos ao vivo”, disse, rindo, ao mesmo tempo em que segurava as lágrimas. “São as minhas mães, meus amores de toda a vida, que moram no coração.”


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