Por Andrew Mills e Ahmed Eljechtimi
DOHA/RABAT (Reuters) – Os marroquinos ficaram desapontados após a derrota de sua seleção para a França na semifinal da Copa do Mundo nesta quarta-feira, mas ainda assim se mostraram orgulhosos por uma campanha que trouxe lágrimas de alegria na África e no mundo árabe.
Quando o segundo gol da França saiu, o barulho ensurdecedor dos torcedores de Marrocos em absoluta maioria no Estádio Al-Bayt se tornou subitamente em silêncio, que ecoou não apenas em Rabat e Casablanca, mas em Beirute, no Cairo e em Dacar.
Uma mulher de verde sentada nas fileiras de torcedores que vaiaram, batucaram e aplaudiram durante o jogo sentou-se silenciosamente, com as mãos cruzadas na frente dos lábios, para assistir aos minutos finais da partida.
Na primeira Copa do Mundo realizada em um país árabe, e já marcada por surpresas, Marrocos conquistou torcedores distantes como a primeira seleção árabe a chegar às quartas de final e a primeira seleção africana a chegar às semifinais.
Muito depois do apito final, quando a vitoriosa equipe francesa já havia deixado o campo, os jogadores de Marrocos permaneceram, deliciando-se com o amor de um estádio vestido com suas cores vermelha e verde.
“Estamos muito orgulhosos deste time… já fizemos história, então não podemos julgá-los por esta partida”, disse Mohamad Alaoui, de 24 anos, um estudante marroquino que disse ter viajado de Londres para assistir à Copa do Mundo e esteve em todos os jogos de Marrocos.
“Estou muito feliz por estar aqui para ver o time no estádio e por vê-los chegar tão longe nesta Copa do Mundo”, disse Samira Idrissi, de 34 anos.
Em Rabat, onde os torcedores lotaram os cafés por horas antes do jogo, a multidão se levantou para aplaudir seu time apesar da derrota.
“Esta é a semifinal. Já é uma honra e estamos orgulhosos de ver pessoas de diferentes países torcerem pela seleção marroquina”, disse Taoufiq Ouchikh.
“Agradecemos à seleção nacional por esta conquista. Estamos orgulhosos desta seleção. Perdemos para um campeão da Copa do Mundo e dominamos”, disse Abdelilah Sair, outro torcedor que assistia no mesmo café.
(Reportagem de Andrew Mills e Ossian Shine, em Doha, e Ahmed Eljechtimi, em Rabat)