A Procuradoria marroquina anunciou, neste domingo (29), a abertura de uma investigação após um “disparo de projéteis”, que deixou um morto e três feridos, na noite de sábado em Smara, no disputado território do Saara Ocidental.

O procurador-geral “encomendou à equipe de investigação a realização das avaliações técnicas e balísticas necessárias para identificar a origem e a natureza dos projéteis”, afirmou a agência de notícias marroquina MAP.

As autoridades locais relataram quatro explosões em Smara, localizada mais de mil quilômetros ao sul de Rabat, sem explicar as possíveis causas.

Estas explosões afetaram três bairros da cidade e “causaram danos materiais a duas casas”, disseram as autoridades locais.

Duas pessoas gravemente feridas foram levadas para um hospital em El Aaiún, 200 quilômetros a oeste de Esmar. O terceiro ferido conseguiu voltar para casa após receber os primeiros socorros.

Nas imagens que circularam nas redes sociais, que a AFP não conseguiu autenticar, pode-se ver uma parte do telhado de uma casa vazia desabar e um impacto no chão.

O Saara Ocidental, que foi colônia espanhola até 1975, é considerado um “território não autônomo” pela ONU na ausência de uma regulamentação definitiva.

Durante quase 50 anos, um conflito foi travado entre Marrocos e os independentistas da Frente Polisário, apoiada por Argel.

Na quinta-feira, a Frente Polisário anunciou em comunicado que tinha “atacado as trincheiras das forças de ocupação marroquinas perto de Hanka Houria” na região de Smara.

Rabat, que controla quase 80% deste vasto território, com águas ricas em peixes e fosfatos, defende um plano de autonomia sob a sua soberania.

A Polisário exige a realização de um referendo de autodeterminação sob os auspícios da ONU, que foi planejado quando o cessar-fogo foi assinado em 1991, mas que nunca se concretizou.

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