O zagueiro Marquinhos chegou novo à seleção brasileira e passou um tempo buscando seu espaço. Hoje titular absoluto aos 29 anos e um dos líderes do grupo, ele reconheceu que a equipe deixou à desejar no empate por 1 a 1 contra a Venezuela, admitiu que ninguém tem cadeira cativa no grupo, mas pediu voto de confiança neste novo ciclo, reconhecendo que é necessário uma melhora já diante do Uruguai, nesta terça-feira.

“A gente tem bastante para melhorar, mas nenhum time está ou é perfeito. É um começo de ciclo, com novo treinador (Fernando Diniz), o time ainda está se encaixando, buscando como atuar”, enfatizou, ciente que erros não podem ocorrer em Montevidéu.

“Em jogo de alto nível, de detalhes, para ser um grande time e ganhar uma Copa, o perde e pressiona é muito importante. A gente vai ter muito a bola, uma característica do Brasil, e precisamos ter controle do jogo”, disse. “Na parte de marcar e defender, temos de reagir rápido para buscar recuperar a bola. Isso fará a diferença para conseguirmos coisas grandes.”

O defensor aproveitou para pedir calma aos torcedores. Ver o amigo Neymar ser atingido por um saco de pipocas deixou o grupo chateado. Na visão do zagueiro, óbvio que a seleção pode crescer e que dará respostas rápidas.

“A gente sabe o quanto futebol mexe com emoção, com o dia a dia, com a felicidade e o sentimento das pessoas, por isso ele é tão importante e maravilhoso. Traz alegrias, surpresas e alguns momentos difíceis. Temos de gerenciar dentro do vestiário, não tirar os pés do chão com euforia e não deixar as críticas tirarem nossa confiança e nos tirar da diretriz de onde queremos chegar”, afirmou.

“O importante é o feedback do treinador. Nós sabemos onde podemos melhorar, se fomos bem ou não, somos conscientes, mas sabemos onde queremos chegar. Às vezes o caminho é conturbado. Temos de continuar crescendo, buscando a identidade neste novo ciclo e o resultado é importante”, admitiu.

Em seu terceiro ciclo na seleção brasileira, o jogador elogiou as novas peças que vêm surgindo, revelou que vem ajudando como pode os mais novos e admitiu que ninguém é intocável na equipe.

“Muito feliz de sempre estar jogando, já estou no terceiro ciclo e feliz por continuar me mantendo. A gente sabe o quanto é difícil chegar, são tantos meninos que sonham em estar aqui. Sou um privilegiado em um grupo qualificado, onde acontecem lesões, jogadores vão, outros vêm, mas sempre estamos bem fornecidos com tanta matéria prima de jogadores de qualidade”, falou.

“Você vê Danilo saindo e Yan entrando bem, outros vindo e fazendo um excelente papel. Como outros fizeram comigo e me ajudaram, como Thiago (Silva), o Ney (Neymar), a gente se ajuda, tenta colocar a molecada o mais à vontade possível para desempenharem excelente papel. Sabemos o peso dessa camisa, então a gente procura deixar todos tranquilo para fazer bem o trabalho. Dificuldades vão existir, futebol é muito coletivo, então não conseguiremos nada sozinho, tem de conversar, falar, ficar aberto a discussões”, avaliou Marquinhos. “E a conversa é a melhor solução. Gosto de ajuda de amigos, da família, amigos, e dentro do vestiário conversar e discutir o que tem de melhorar é importante. Com ajuda deles, a gente melhora.

“Creio que muitas coisas acontecem, coisas boas, coisas difíceis, cicatrizes, e estou para dar meu melhor sempre. Ninguém tem cadeira cativa, são muitos bons jogadores surgindo, (Éder) Militão, (Gabriel) Magalhães… Tem de buscar o melhor para se manter e com tranquilidade estou tentando ajudar. Muita coisa que eu não via, não enxergava, hoje vejo com mais clareza e procuro passar, contribuir para os companheiros de zaga.”