Trechos do depoimento do empresário Paulo Marinho ao Ministério Público foram divulgados na sexta-feira (24) pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Suplente de senador de Flávio Bolsonaro (Republicanos- RJ), Marinho afirma que a Polícia Federal deu informações privilegiadas ao filho do presidente sobre investigações que envolviam o ex-assessor Fabrício Queiroz.

Durante o depoimento, o empresário disse que o advogado Victor Granado, ex-assessor de Flávio, contou que, após saber das movimentações financeiras atípicas de Queiroz, obrigou o ex-PM a lhe passar as senhas do banco.

Conforme Marinho, Granado contou que ao verificar os extratos viu que o montante de dinheiro movimentado “era bem superior” ao que era noticiado na imprensa.

“Aí o Victor começou o relato. Ele disse: ‘Olha, eu ontem estive com o Queiroz e eu obriguei o Queiroz a me repassar todas as senhas das contas bancárias dele, e eu passei essa madrugada toda entrando nas contas do Queiroz e os montantes que eu descobri, que informei agora de manhã para o Flávio, são muito superiores a esses que a imprensa está noticiando. Inclusive, porque eles se referem a anos anteriores a esses que a imprensa está noticiando'”, disse Marinho.

Marinho foi questionado pelo MPF se estava se referindo ao valor de R$ 1,2 milhão identificado na ocasião pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como fruto de movimentações financeiras suspeitas. Ele confirmou.

Também em depoimento ao Ministério Público do Rio, o senador Flávio Bolsonaro afirmou desconhecer vazamento de informações da operação policial.