Marinha dos EUA dispara contra barco brasileiro que carregava 3 toneladas de cocaína

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A ação da Marinha Americana culminou na Operação Narco Vela, da PF (Polícia Federal), deflagrada na última semana Foto: Reprodução/G1

A Marinha dos EUA disparou contra um veleiro brasileiro que transportava cocaína em fevereiro de 2023, durante uma abordagem no litoral do continente africano. A ação culminou na Operação Narco Vela, da PF (Polícia Federal), deflagrada na última semana. De acordo com as autoridades, 26 pessoas foram presas por integrar uma quadrilha que traficava drogas para a África e Europa.

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Na ocasião, a DEA (Drug Enforcement Agency), dos EUA, informou as autoridades brasileiras sobre a apreensão de três toneladas de cocaína no interior do veleiro. Outras embarcações também foram interceptadas em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa.

De acordo com o programa “Fantástico”, da “TV Globo”, Flávio Fontes, que já trabalhou com o navegador Amyr Klink entre 2003 e 2012, virou alvo das autoridades após ser pego pela Marinha americana na embarcação com três toneladas de cocaína no litoral da África.

Ele está preso na Flórida, nos EUA, e teve a pena reduzida após colaborar com as investigações. Ele não tem mais advogado e a família não quis falar com a reportagem. Segundo a PF, a principal organização atuante do esquema era baseada na região de Santos (SP), onde a droga era armazenada e preparada para o transporte marítimo.

Leandro Cordasso, advogado de Limeira (SP), é apontado como o contratante de Flávio. De acordo com informações da polícia, ele era responsável por repassar as coordenadas para a entrega da droga.

Segundo análise de telefonemas, foram feitos 179 contatos entre Leandro e Flávio entre duas viagens. Em depoimento, Flávio afirmou que Leandro fez o pagamento pela travessia três vezes, com depósitos em contas de parentes e amigos.

O tráfico fazia uso de satélites e embarcações com autonomia para travessias oceânicas, inclusive veleiros. Mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo deram cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão, em endereços de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina, na terça-feira, 29.

Além das prisões e buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão.

Outro nome apontado como peça-chave do grupo é Marco Aurélio de Souza, o “Lelinho”. De acordo com as autoridades, ele comandava a logística das viagens, mantinha embarcações e controlava empresas de fachada ligadas à operação.

A suspeita é que os dois tenham conexão com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ambos foram presos na operação. No entanto, a defesa de Marco Aurélio nega envolvimento dele com o tráfico e com a facção. O programa não conseguiu contato com a defesa de Leandro.

Outro nome apontado na investigação é o do contador Rodrigo Morgado. Segundo a polícia, ele dava apoio financeiro e logístico ao grupo.

Rodrigo Morgado

O empresário Rodrigo Morgado ficou conhecido por sortear um carro para uma funcionária em uma festa de fim de ano e tomar o veículo dela após demiti-la.

Morgado tem 45 mil seguidores nas redes sociais e divulga um curso chamado “O Destrave” vendido com valores entre R$ 299 e R$ 2.299 que promete levar carreiras profissionais a “um novo nível” e ensinar a como assumir papéis de “liderança”.

Em contato com a IstoÉ, a defesa do empresário reiterou que está analisando o conteúdo das investigações e o que originou a busca da PF. “Adiantamos que Rodrigo [Morgado] nega veementemente qualquer imputação criminosa que lhe recaia, o que será efetivamente comprovado em momento oportuno”, declarou.

*Com informações do Estadão