O deputado Guilherme Boulos (PSOL) recebeu neste sábado, 23, o apoio público da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do partido dela, Rede Sustentabilidade, à sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo. O evento promovido pela sigla na região central da capital marcou a entrada da ministra na campanha do psolista.

O ato serviu como uma formalização da aliança, mas o apoio da ministra e da Rede a Boulos já estava dado, pois a legenda forma federação com o PSOL. A entrada de Marina da campanha, porém, ocorre após uma pesquisa Datafolha indicar que parte dos eleitores podem tê-la confundido com a pré-candidata do Novo, Marina Helena, que apareceu com 7% das intenções de voto. A equipe de Boulos diz que as agendas com Marina Silva não estão relacionadas com o resultado da pesquisa, como mostrou a Coluna do Estadão.

“São Paulo tem o desafio histórico de ajudar a estabilizar a democracia”, discursou Marina Silva no ato. “São Paulo não pode ser instrumentalizada para a questão do fundamentalismo político, religioso, ideológico, o que for, como a gente está vendo acontecer. Não pode ser usada para querer destruir a nossa democracia”, afirmou.

Em contrapartida ao apoio de Marina, Boulos assumiu dois compromissos com a Rede. O primeiro foi ajudar os candidatos a vereador do partido na eleição deste ano para formar o que ele chamou de “maior bancada progressista” da história da Câmara Municipal.

O segundo foi incorporar propostas do partido ao seu plano de governo. “Digo isso com profunda convicção. A Marina me ajudou a entender, e a realidade nos força a entender, o quanto é central a pauta da sustentabilidade e das mudanças climáticas”, declarou.

O pré-candidato do PSOL reforçou que o tema ambiental está diretamente ligado à área social e comparou a política ambiental do prefeito Ricardo Nunes com a de Jair Bolsonaro. Ele mencionou o episódio de julho de 2023 em que o então secretário de Mudanças Climáticas da prefeitura, Antonio Pinheiro Pedro, disse que o “planeta se salva sozinho”. O prefeito exonerou o secretário depois da repercussão da fala.

“Negacionista do aquecimento global. Os seus antecessores no Ministério (do Meio Ambiente), nem precisa dizer”, disse Boulos, se referindo à pasta comandada por Marina, que teve Ricardo Salles e Joaquim Leite como ministros durante a gestão Bolsonaro. “É essa política do atraso que a gente precisa superar”, acrescentou.