Gostem ou não gostem dela, digam que ela é, às vezes, confusa e nhem nhem nhem, o certo é que hoje, no retrato do momento, Marina Silva, candidata da Rede, é a futura presidente do Brasil. Basta fazer uma leitura rápida das pesquisas, sobretudo do Datafolha, publicadas pela “Folha de S. Paulo” e TV Globo. Esqueçam o cenário em que Lula lidera com 39%, porque ele é inelegível e o TSE vai reafirmar isso, não só por ele ser presidiário mas porque é condenado em segunda instância e, portanto, é ficha suja e não poderá disputar o pleito. O cenário que vale é o que tem Fernando Haddad como o candidato do PT. Por esse quadro, Jair Bolsonaro lidera com 22% e Marina fica com 16%. Atrás desses dois líderes vêm Ciro Gomes (10%), Geraldo Alckmin (9%), Alvaro Dias (4%) e Haddad (4%). Ou seja, os votos de Lula não estão sendo transferidos para o ex-prefeito de São Paulo como imaginava o detento Lula. Seu espólio está indo para Marina (que sobe de 8% para 16%), Ciro (que cresce de 5% para 10%) e até, acreditem, Bolsonaro fatura uns votinhos de Lula (sobe de 19% para 22%). Geraldo Alckmin também ganha um pouco (cresce de 6% para 9%) e Alvaro Dias ganha pouquíssimo (passa de 3% para 4%).

De acordo com o Datafolha de hoje, estariam no segundo turno Bolsonaro e Marina Silva. E, na simulação de segundo turno entre os dois, Marina Silva derrota Bolsonaro até com folga. A pesquisa aponta que ela teria 45% e Bolsonaro 34%. Ou seja, se a eleição fosse hoje, Marina seria eleita presidente. É evidente que esse é o quadro do momento, fotografia batida hoje. Amanhã, tudo pode ser diferente, ou em 20 minutos tudo pode mudar, como diz o slogan da Band News. Já houve eleição que mudou na véspera, como a eleição da prefeita Luiza Erundina, então no PT, para prefeita de São Paulo em 1988. Assim, se o campeonato brasileiro terminasse hoje, o campeão seria o São Paulo, assim como se a eleição fosse hoje, a presidente seria Marina. Pode mudar? Pode. Mas pode se consolidar esse quadro. Afinal, Marina vem mudando sua postura, ficando mais agressiva nos debates, como aconteceu no último debate na Rede TV! e ISTOÉ, em que ela peitou Bolsonaro. Quem viver verá, pois o dólar já chegou a R$ 4,50 e o euro a quase R$ 5, como foi na eleição de Lula em 2002.

FOTO: NELSON ALMEIDA / AFP