Marido de ‘louva-a-deus’ agiu consciente em crime, diz laudo

VARESE, 22 ABR (ANSA) – A perícia psiquiátrica na Itália concluiu que Marcello Trifone, acusado de participar do assassinato de Fabio Ravasio como um dos cúmplices de sua esposa, a brasileira Adilma Pereira Carneiro, conhecida no país como a “louva-a-deus de Parabiago”, “tem capacidade de entender e de querer”, refutando uma alegação da defesa de que ele “sofre de um grave distúrbio de personalidade”.   

A conclusão do laudo apresentado à Justiça, assinado pelas médicas Laura Ghiringhelli e Maria Carla Verga no último 17 de abril, também acrescentou que Trifone “não sofre de transtorno psiquiátrico atribuível à nosografia psiquiátrica mais recente e credenciada”.   

O documento, portanto, refutou que Trifone tenha “um grave distúrbio de personalidade”, sendo “incapaz de compreensão e vontade no momento do crime”, como apresentado por sua defesa, ao confirmar que “ele é um sujeito que, no momento do fato, deve ser considerado capaz de compreender e querer, [assim como] de participar conscientemente do processo”.   

O julgamento sobre Ravasio, morto em 9 de agosto de 2024 na cidade de Parabiago, Lombardia, acontece no tribunal de Busto Arsizio, na mesma região italiana, desde 27 de janeiro.   

Segundo a reconstituição do caso, Trifone estava no carro que atropelou e matou Ravasio.   

No entanto, para o Ministério Público não se tratou de um mero acidente de trânsito, mas de um assassinato encomendado por Adilma, então namorada de Ravasio, apesar de estar oficialmente casada com Trifone.   

Além da brasileira e de seu marido, também são réus seu filho, Igor Benedito, Fabio Oliva, Fabio Lavezzo, Mirko Piazza, Massimo Ferretti e Mohamed Daibi.   

Segundo as investigações, no carro estavam todos os citados, com exceção de Piazza, que avisou o motorista sobre a aproximação de Ravasio, e de Daibi, que se jogou no chão para fingir um mal-estar, atrapalhar o trânsito e facilitar a fuga do veículo dirigido por Benedito.   

De acordo com o MP, a mulher, que teria planejado o assassinato durante meses, queria ficar com o patrimônio de seu namorado, avaliado em cerca de 3 milhões de euros, entre propriedades e um comércio na cidade de Magenta, também na região da Lombardia. Ela alega inocência.   

Enquanto Adilma e seus cúmplices são julgados pelo caso de Parabiago, a Justiça italiana reabriu a investigação sobre a morte de um ex-marido da brasileira, Michele Della Malva, em dezembro de 2011.   

Para o MP, o falecimento do homem, inicialmente atribuído a um infarto, pode ter sido provocado por envenenamento a mando da “louva-a-deus”, que teria sido executado pelo ex-amante dela e ex-cunhado da vítima, Maurizio Massè, que também está preso.   

(ANSA).