Em uma verdadeira reflexão sobre o uso de drogas, remédios e a luta constante para não ser atingida pela depressão, Maria Lima conversou com O Globo e também revelou como tem sido sua rotina durante a pandemia.

A atriz fez um paralelo entre a série ‘Onde Está meu Coração’, a qual relata como é a vivência com o crack, e a sua opinião sobre o consumo de drogas.

“A nossa hipocrisia em relação às drogas faz uma hierarquia: álcool pode, maconha pode, cocaína é aquela coisa “ah, conheço uma pessoa”, mas craque? É como se quebrasse um paradigma social. A gente conheceu uma família cuja filha ficou quase cinco anos nessa. Fugia com o carro e vendia, era encontrada três dias depois com a mesma roupa. Os pais, compreensivos, a acolhiam. A série fala de adicção, mas no fundo, fala desse campo de afeto familiar e social que pode acolher essas pessoas. De como as famílias ficam quebradas. E a Luísa Lima teve coragem de nos filmar num estado de tristeza muito profundo”, explicou.

Mariana foi mais fundo e relembrou os tempos de juventude em que experimentou tudo, segundo ela, no que se refere às drogas.

“Tipo drogas, tudo. Com 16 anos, já estava na vida. Mas nunca fui adicta de nada. Gostava de experimentar tudo. Meus pais sempre foram lúcidos, compreensivos e me ajudaram muito. Mas eu tinha um drive de ir fazendo as experiências. Desde viajar sozinha pro México, Colômbia, me perder no deserto, com uma mochila, para tomar peiote. Era uma avidez por experimentar e ficar exposta. Mas nunca fui viciada em nada. Sou viciada em café, tabaco, vícios que a gente aprende a dominar”, relembra.

Legalização das drogas

Lima também fez questão de ressaltar que é a favor da descriminalização das drogas e usou o crescimento da população carcerária para defender seu ponto de vista sobre o assunto.

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“Nossa situação carcerária é intolerável, não tem mais parâmetro nas sociedades que encararam isso como uma situação de saúde pública. Pessoas são presas e sofrem por porte de pequenas quantidades de maconha em vez de serem tratadas, reinseridas na sociedade. Médicos, políticos, pessoas capacitadas falam isso.”

“Fora a potência da indústria da maconha para tratar várias doenças. Tenho amigas com filhos esquizofrênicos que estão sendo ajudados pela maconha. Tem tanta coisa para resolver no Brasil. Mas essa é uma questão séria”.

Problemas com a idade

Próxima de completar 50 anos, a atriz disse estar vivendo tempos melhores a atingir meio século de vida do que quando comemorou 40 anos.

“Senti que minha potência de vida estava diminuindo, fiquei muito aflita. Não era só pele, cabelo, era uma baixa de libido. Passei a tratar disso na terapia, fui numa médica ortomolecular para balancear a baixa de testosterona. Aí, você negocia se toma alguma coisa, se passa creme.”

“Com 45, tive uma quedona. Fiquei deprimida, triste, cansada. Agora, sinto que estou melhor. Estou chegando aos 50 com saúde, libido de novo, vontade de namorar, transar, estar com as pessoas. Acho que a medicina é uma ajuda nessa fase porque é uma descida de morro que vou te falar”, completou.

Mesmo com a inclusão de atividades mais saudáveis, Mariana disse que está lembrou com tristeza de uma pré-menopausa que está enfrentando.

“Está rolando uma pré-menopausa e estou entendendo que ela é um limbo talvez pior que a menopausa em si. É foda. Tomo umas vitaminas que têm me ajudado. Estou mais saudável com bebida, com tudo. Durmo e cordo cedo. Descobri há pouco tempo o mar. Andréa Beltrão me levou para nadar em Copacabana e ajudou a salvar minha vida”, contou.

Ela prosseguiu: “Porque tenho um pé grande na depressão, na melancolia, é uma questão de família. A vida inteira tive que trabalhar a minha tendência à depressão, que nessa pré-menopausa aumentou como tudo. Aí, veio a pandemia e não tem nem onde sair para dançar. Danço na sala com as minhas filhas”, finalizou.


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