Quando completou 15 anos, Mariana Aydar pediu aos pais de presente de aniversário algo talvez inusitado para uma garota dos anos 90: um show de Chico César. Parece que o futuro já sabia que, anos depois, os músicos se encontrariam para gravar juntos sua primeira parceria, “O Futuro Já Sabia”, dos pernambucanos Barro e Ed Staudinger – cheia das imagens e sabores das Festas Juninas. Como não poderia deixar de ser, o novo single da dupla é lançado nesta quinta-feira (24), dia de São João.

A sanfona de Mestrinho, no início de “O Futuro Já Sabia”, anuncia um São João bem imagético – ainda que, infelizmente, mais um vez, dentro de casa. Apesar de se adaptar ao espaço que podemos ter agora, uma das principais festividades do país não poderia passar em branco, especialmente para aqueles que amam forró e um xote bem manhoso e apaixonado como esse. “A música, neste momento tão delicado, se mostra essencial para aquecer feito fogueira nossos corações. “Viva o Nordeste, viva Chico, viva Santo Antônio e São João!”, celebra Mariana Aydar.

Barro, um dos autores, descreve a canção como uma “história de amor, pós-pandêmica, na qual o futuro parece antever novos encontros”. Ele disse que recebeu o convite de Mariana e já pensou em como preencher a lacuna da falta das festas presenciais. “Queria mandar uma mensagem positiva, um calor, tecendo uma compreensão sobre o São João que está presente em nós, pela presença de tudo que já vivemos”, disse.

Mariana Aydar e Chico César já têm muita história juntos, dentro e fora do palco. O artista paraibano é uma das principais influências musicais da cantora e compositora paulistana. “Para mim, ele é uma das primeiras referências deste Nordeste mais contemporâneo, com raízes no chão e antenas no céu. Lançar uma música com Chico é um grande sonho realizado”, disse Mariana.

Para Chico, “O Futuro Já Sabia” é uma declaração de auto-afeto ao País.  “Cada vez mais o Brasil abraça e se reconhece nesse lugar estético e variado que é o Nordeste. Foi assim com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos e tantos outros, em diferentes gerações. É lindo esse amor, que nada mais é do que auto-estima, auto-afeto. Um País que se quer bem”, disse o cantor. A produção da faixa é de Márcio Arantes, também responsável pelo disco “Veia Nordestina” (2019), vencedor  do Grammy 2020, na categoria “Melhor Álbum de Música Regional”.