Quando se pensa na figura de um torturador, uma das imagens mais recorrentes é a de Sérgio Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo, o Dops, que combateu de forma implacável os opositores do regime militar. Fleury, até hoje, é considerado um dos maiores torturadores daquele período, com uma lista de crimes que é relatada pelos depoimentos dados à Comissão da Verdade.

Assim que aceitou fazer o papel do delegado Amaral na supersérie “Os Dias Eram Assim”, Marco Ricca conta que imediatamente lhe veio à mente a imagem de Fleury. “Mas não quis fazer nenhuma referência direta a ele”, explica. “Há outros exemplos de delegados que participaram do serviço institucionalizado de tortura, perpetrada pelo Estado. Não usei nada dele, nem gestual ou comportamental. Ele, inclusive, era um sujeito muito expressivo e com uma personalidade próxima da caricatura, o que distanciava muito do que eu queria representar: um agente mais contido que, se fosse encontrado em um lugar público, jamais indicaria ser alguém capaz de cometer sessões de torturas e assassinatos hediondos.”

Além da supersérie e depois do sucesso de público e crítica do seu personagem Mão de Luva, na novela “Liberdade, Liberdade” – agora transformada em uma microssérie de oito episódios -, Marco Ricca participou de mais cinco filmes que ainda não entraram em circuito comercial.

Em “Canastra Suja”, de Caio Sóh, que lhe deu o prêmio de melhor ator no Fest Aruanda do ano passado, ele contracena com sua ex-mulher, a atriz Adriana Esteves, no papel do marido e pai de três filhos de uma família disfuncional do subúrbio carioca. “Um homem simples que é atropelado pelas circunstâncias desfavoráveis”, comenta o ator.

Por ser diretor e produtor de filmes, Marco Ricca se diz preocupado com a crescente falta de visibilidade dos filmes nacionais. “Precisamos de mais espaços nos cinemas, que devem ser melhor negociados com os distribuidores”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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