O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello pediu na última quarta-feira (19) que a AGU (Advogacia-Geral da União) se manifeste sobre um pedido de investigação dos cheques totalizando R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e por sua mulher, Márcia Aguiar, na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

De acordo com a colunista Juliana Dal Piva, do UOL, o pedido, protocolado pelo advogado Ricardo Bretanha em agosto do ano passado para apreciação dos órgãos do Ministério Público, havia sido arquivado dias atrás por Marco Aurélio, depois que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou contra a abertura de um procedimento para investigar os cheques.

Bretanha recorreu contra o arquivamento e agora, após a manifestação da AGU, Marco Aurélio deve decidir se mantém o caso arquivado ou leva para análise da 1ª Turma ou do plenário do STF.

Os depósitos na conta da primeira-dama Michele Bolsonaro foram descobertos após a quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro depositou R$ 72 mil divididos em 21 cheques, e sua mulher, Márcia Aguiar, outros R$ 17 mil, de janeiro a junho de 2011.

Em 2018, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Finaneiras) já havia verificado depósitos de cheques na conta de Michelle no total de R$ 24 mil. À época, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)  justificou que teria feito um empréstimo a Queiroz, mas em valores menores.