O médico Marco Antonio Zago tomou posse hoje (5) como presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), após ter sido escolhido pelo governo do estado para suceder José Goldemberg, que ocupou a presidência da fundação desde 2015. Zago compôs uma lista definida em setembro com mais dois nomes indicados pelo conselho – José Goldemberg e José de Souza Martins.

Marco Antonio Zago graduou-se pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde obteve títulos de mestre e de doutor, tendo realizado o pós-doutorado na Universidade de Oxford. Foi secretário de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo, reitor e pró-reitor de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).

Também foi presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), coordenador do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto (Cepid/Fapesp), diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e membro da Comissão Nacional de Biossegurança.

“Quero reiterar minha convicção de que a ciência e a tecnologia são instrumentos altamente poderosos para promover o desenvolvimento econômico, social e cultural. Ao longo de 45 anos desde minha graduação e meu primeiro auxílio obtido na Fapesp até as mais recentes responsabilidades no âmbito da gestão científica, eu sempre me esforcei para promover o apoio à pesquisa científica, ao progresso tecnológico, às humanidades e às artes, tendo como padrão a competência, a qualidade e o interesse social”, disse durante a cerimônia, em São Paulo.

Segundo ele, o estado de São Paulo deu à área de pesquisa o status de um bem público assim como os estatutos das universidades estaduais colocam a educação na mesma categoria, como produtos que devem ser acessíveis e levar benefícios à sociedade. “O estado de São Paulo constituiu, ao longo de décadas, o mais sólido complexo de ciência e tecnologia dos setores acadêmico, industrial, de saúde e agropecuária do país”.

Zago destacou que o estado conta com 150 centros de pesquisa e desenvolvimento e cerca de 15 mil empresas inovadoras. “De seus 70 mil pesquisadores, 55% atuam nas empresas. A formação desses recursos especializados é uma das maiores contribuições da Fapesp para o estado e para o país. Isso será sempre uma das suas prioridades. É por isso que 41% dos recursos no ano passado foram aplicados em bolsas”.

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O novo presidente da Fapesp também falou que somando os recursos destinados às universidades públicas, ensino superior tecnológico, aos institutos de pesquisa e à Fapesp, o estado destina 12% da arrecadação para o ensino superior e a tecnologia. “Além disso 60% dos R$ 26 bilhões destinados a esse setor provém das empresas. Nós não estamos discursando sobre escassez de recursos, apesar da crise econômica. De fato a baixa arrecadação a partir de 2014 teve reflexos no desempenho da fundação com queda de 20% nos desembolsos para o amparo à pesquisa nos anos seguintes”.

Para Zago, o maior desafio para os próximos anos é a recuperação das reservas sem afetar a capacidade de apoio à pesquisa. “Mas precisamos sim falar de diálogo, sincronia, fixação de diretrizes. A Fapesp tem que garantir sua participação eficiente no esforço renovado de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do estado de São Paulo”.


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