15/04/2020 - 23:00
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta 176 milhões de mulheres no mundo. Aqui, no Brasil, são cerca de 7 milhões de pessoas, ou seja, em torno de 15% da população feminina do país. Saiba mais sobre a doença, como pode ser descoberta e como é feito o tratamento da endometriose.
O que é a endometriose
Nessa condição o endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Alguns sintomas da doença são: dores no período menstrual, infertilidade e dores nas relações sexuais, especialmente com penetração profunda.
Por ser uma doença crônica, o principal objetivo do tratamento é a diminuição das dores da paciente, melhorando assim, sua qualidade de vida, e é nessa hora que a atividade física pode ser usada como aliada.
A atividade física como aliada no tratamento da endometriose
Segundo um estudo publicado no Journal of Physical Therapy Science, um programa de oito semanas de exercícios foi extremamente eficiente na redução da dor e na melhora de anormalidades posturais relacionadas às dores pélvicas.
“A prática regular de atividades físicas ajuda o organismo na produção de neurotransmissores como a serotonina, que regula as vias sensoriais ligadas à dor e, portanto, pode contribuir no controle da doença, e a dopamina que traz ao individuo sensação de prazer e bem-estar”, afirma o educador físico Lucas Cardoso, especialista em Lesões e Doenças Musculoesqueléticas.
Entretanto, é necessário ressaltar que os exercícios físicos são um complemento ao tratamento medicamentoso ou até cirúrgico. Inclusive, os medicamentos usados no combate à endometriose podem conter hormônios, levando a paciente à retenção de líquidos e aumento do peso. Levando esse fator em consideração, a prática de alguma atividade física pode ser uma aliada no controle de peso também.
Segundo Lucas Cardoso, é de extrema importância manter a regularidade dos exercícios, e que a atividade escolhida esteja alinhada ao perfil da paciente.”O ideal é que se pratique algo pelo menos de 3 a 4 vezes por semana por um período de tempo de 40 a 60 minutos. Logo escolher uma atividade que goste é fundamental, porém, para quem sofre com a doença inserir no cronograma exercícios que ajudam a fortalecer a musculatura do assoalho pélvico é indispensável’, declara o Educador Físico.
A atividade física para prevenir
Para as mulheres que não sofrem com a doença a atividade física tem efeito preventivo. Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que envolveu 4062 mulheres, demonstrou que as mulheres que eram ativas desde jovens tinham menos tendência para desenvolver a endometriose.
“No geral, as atividades aeróbicas são as mais indicadas em questões relacionadas à dor, pois, auxiliam na produção de substâncias analgésicas e ajudam a reduzir os níveis de estrogênio, hormônio que serve de combustível para o endométrio se desenvolver. Caminhada, bicicleta, natação, pilates, treinos funcionais, são alguns exemplos de práticas que ajudam as mulheres. No entanto, é primordial consultar um profissional devidamente credenciado antes de começar a fazer qualquer exercício. A prática de atividades de maneira incorreta pode piorar a situação do individuo’, finaliza Lucas.