O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, confirmou nesta quarta-feira, 26, que o economista Marcio Pochmann será o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pimenta disse que não houve controvérsia no governo em torno do nome de Pochmann. A nomeação é criticada por economistas liberais. Ainda não há data para a posse.

A nomeação para o cargo de Pochmann vinha sendo defendida pelo PT e sofrendo forte resistência do Ministério do Planejamento e Orçamento, pasta de Simone Tebet

Marcio Pochmann é quadro do PT e tem proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele dá aulas de economia na Unicamp, escola de linha econômica majoritariamente heterodoxa. Também foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre o fim do segundo mandato de Lula e o começo do primeiro de Dilma Rousseff. Atualmente, preside o Instituto Lula.

A confirmação do economista Marcio Pochmann como presidente do IBGE foi mal recebida pelo Ministério do Planejamento. Internamente, a avaliação é de que a escolha foi política, à revelia da ministra, e que destoa bastante do perfil dos técnicos da pasta, que seguem uma linha mais ortodoxa.

Fonte ligada à pasta afirmou ao Estadão que a indicação foi feita diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não foi possível argumentar.

Dentro do Planejamento, a preferência era pela permanência do presidente interino do órgão, Cimar Azeredo. Como mostrou o Estadão na segunda-feira, Cimar vinha articulando para se manter no posto e contava com a confiança da ministra, que avaliou como positivo o seu desempenho na condução do Censo.

Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ambos não teriam “a menor dificuldade” de trabalhar juntos. Já Tebet evitou, na terça-feira, evitou comentar o assunto. Em entrevista à CBN nesta terça-feira, 25, Tebet disse que não tinha que “achar nada” sobre o assunto porque isso não havia sido colocado na mesa, em reunião com o presidente Lula.