Marchionne, o homem que mudou a Fiat

TURIM, 25 JUL (ANSA) – Por Amalia Angotti – Um executivo que joga pôquer e formado em filosofia. Figura atípica, Sergio Marchionne será lembrado como o empreendedor que, em 2004, salvou a Fiat da falência e a transformou no sétimo grupo automobilístico mundial. Mas ele era também um homem de projetos industriais ambiciosos, “não para os que têm coração fraco”, apresentados com trilha musical do jazzista americano Bobby McFerrin. Algumas de suas ideias entrarão para a história, como a revolução nas relações industriais na Itália e a aliança com a Chrysler, com a benção da Casa Branca.   

Nascido em Chieti em 17 de junho, há 66 anos, Marchionne é filho de um militar italiano e, com as armas, sempre manteve uma forte ligação, tanto que sua última imagem pública foi a entrega de um Jeep Wrangler ao Comando Geral de Roma.   

Aos 14 anos de idade, Marchionne se mudou com a família para o Canadá, onde se graduou três vezes, em Filosofia, Economia e Jurisprudência. Começou a trabalhar como manager na Suíça e, em 2002, assumiu a Société Générale de Surveillance (SGS), colosso que opera os serviços de inspeção, testes e certificações.   

No ano seguinte, entrou para o grupo Fiat, convidado por Umberto Agnelli. Em 2004, com a morte de Umberto, virou CEO no lugar de Giuseppe Morchio, ao lado de Luca di Montezemolo e de John Elkann.   

No centro inclusive das relações políticas mundiais, mas sem intenção de lançar candidaturas, Marchionne se reuniu com figuras como Barack Obama, Angela Merkel e Donald Trump ao longo de sua carreira.   

Na vida pessoal, era fumante até poucos meses atrás, apaixonado pelo jazz e pela lírica. Um homem de look casual, sem nenhum dress code rigoroso, nem em reuniões de alto escalão. Sua roupa preferida era um pulôver preto comprado na internet. Tentava viver uma rotina simples e normal, mesmo com todas as responsabilidades do cargo, ao lado da esposa Manuela, a qual ficou ao seu lado até os últimos instantes de vida. (ANSA)