O prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), centrou o discurso realizado na cerimônia de transmissão de cargo, no início da noite deste domingo, 1º, na necessidade de mudar a forma de administrar a cidade e fazer política, seguindo o tom adotado na campanha deste ano. “Não se trata aqui de negar a política. Pelo contrário, trata-se de elevá-la ao patamar que ela merece”, afirmou, no palco armado na rua, em frente ao prédio da prefeitura, no centro de Porto Alegre.

Apesar de ser um parlamentar com dez anos de atuação – foi deputado estadual e federal -, ele se colocou como um nome de mudança durante toda a disputa eleitoral. Apoiado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), o tucano conseguiu captar votos de uma parcela do eleitorado de Porto Alegre que mostrava insatisfação com a classe política, a exemplo do que ocorreu com João Doria (PSDB) em São Paulo.

Marchezan prometeu enxugar a máquina pública, modernizar a estrutura da prefeitura e valorizar quadros técnicos na administração municipal, além de atrair investimentos privados para a cidade. Sua primeira medida, anunciada em dezembro, foi propor a redução das secretarias de 29 para 15. Na transmissão de cargo, disse que ele e o vice-prefeito, Gustavo Paim (PP), “assinaram um contrato” com a sociedade. “Vamos fazer aquilo que foi contratado como prestadores de serviços que somos”, falou.

Segundo ele, sua gestão será pautada pela política que é feita pensando no interesse público acima de interesses partidários, sindicais e ideológicos. Mais cedo, na cerimônia de posse, na Câmara de Vereadores, Marchezan já havia abordado o assunto. “As pessoas mudaram, as exigências mudaram. Uma boa parte da nossa sociedade não aceita mais discursos vazios de uma certa racionalidade”, disse.

O tucano criou um banco de talentos para que os interessados em trabalhar na administração municipal possam registrar seus currículos. Também avisou que os secretários terão que cumprir metas ou deixarão o posto. Entre os secretários nomeados até agora por Marchezan há nomes técnicos e também indicações políticas. A equipe deve ser completada nos próximos dias.

Marchezan recebeu o cargo do agora ex-prefeito José Fortunati (PDT), com quem trocou críticas nas últimas semanas por conta de um embate envolvendo a cobrança antecipada do IPTU. O contato dos dois, neste domingo, foi cordial. Houve troca de elogios e reconhecimento de ambas as partes. Fortunati se colocou à disposição do novo prefeito para ajudá-lo em sua gestão, caso ele julgasse oportuno. “Vou por muitas vezes pedir sua ajuda, sim, seus conselhos e suas críticas. A ti e a toda sua equipe”, respondeu Marchezan. Ele disputou o segundo turno contra Sebastião Melo (PMDB), que era vice de José Fortunati. (Gabriela Lara, correspondente – gabriela.lara@estadao.com)

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