A ActionAid lançou a campanha Walk for Survival: Marcha Global por Mudanças, que vai promover uma volta ao mundo coletiva online até 10 de dezembro, reunindo apelos dos participantes em prol de causas urgentes como o combate às diversas formas de violência contra a mulher e à crise climática. Por meio da iniciativa, a organização internacional que trabalha por justiça social, igualdade de gênero e fim da pobreza pretende chamar a atenção do mundo para problemas agravados neste ano marcado pela pandemia do novo Coronavírus. A ação acontece paralelamente aos ‘16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’, mobilização global de diversos atores da sociedade civil liderada pela ONU Mulheres.

Para participar da marcha, se engajar nos temas e contribuir para um futuro melhor pós-COVID, pessoas de diversas idades e de todas as regiões podem se cadastrar no site e inserir a distância percorrida em nome das causas defendidas, com o objetivo de fazer a mensagem chegar a líderes nacionais e mundiais. Essa volta ao mundo coletiva, à distância, acontece em mais de 20 países e pode ser construída por meio de corridas, caminhadas, ou mesmo contando as distâncias que percorremos dentro de casa. No Brasil, a campanha se desenvolverá em torno da ideia de que cada passo conta, e que juntos vamos mais longe.

Os temas defendidos na iniciativa são urgentes para a construção de um mundo mais justo, especialmente diante dos impactos socioeconômicos deixados pela pandemia. O desemprego das mulheres ou a impossibilidade de trabalhar por serem maioria no mercado informal, a sobrecarga de trabalho de cuidado e a falta de acesso a serviços públicos são alguns dos sintomas de um mal que a Covid-19 deixou mais evidente, mas têm causas muito mais profundas. Uma pesquisa inédita realizada em agosto pela ActionAid, por exemplo, revela que um terço das mulheres jovens de países em desenvolvimento perderam os seus empregos e renda por conta da pandemia. A pesquisa, que consultou mais 1.200 mulheres de países como a Índia, Gana, Quênia e África do Sul, mostra que 58% das mulheres se tornaram mais vulneráveis ​​à violência durante o confinamento. No Brasil, em março e abril de 2020, houve um aumento de 22% no feminicídio em relação ao ano passado, de acordo com dados coletados por agências de segurança, conforme aponta o relatório “Sobrevivendo à Covid-19: por uma resposta voltada para mulheres”, produzido também pela ActionAid.

Por isso, durante a pandemia, a organização reforçou o trabalho em prol da autonomia, empoderamento e articulação local das mulheres que apoia, incluindo diálogos e campanhas sobre seus direitos e quais medidas tomar em caso de violência doméstica.

“Em todo o mundo, existem causas estruturais que aprofundam questões urgentes como a violência contra as mulheres e a crise climática: fatores históricos sociais, econômicos, de acesso a recursos, entre outros. São causas globais e locais, portanto, que precisam de uma discussão séria e profunda, que envolva toda a sociedade. Por isso considero tão importante a ActionAid no Brasil se juntar a mais de 20 países convidando a todos e todas a colocarem suas vozes, passos e ações em prol dessas mudanças estruturantes que se mostram cada vez mais necessárias. Os governos podem e devem fazer mais para promover direitos às mulheres, comprovadamente mais afetadas durante a pandemia, e agir no sentido de um mundo justo e sustentável”, diz Glauce Arzua, Diretora de Engajamento Público da ActionAid no Brasil.

A ActionAid também acompanha de perto a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável de combate à pobreza (ODS 1), promoção da segurança alimentar e agricultura sustentável (ODS 2) e combate às alterações climáticas (ODS 13). Além disso, defende o investimento em alternativas verdes em prol das mudanças climáticas e uma redistribuição mais justa da terra, da água, das florestas e biodiversidade, para aumentar o acesso e o manejo desses bens por grupos historicamente excluídos.

Sobre a ActionAid

A ActionAid é uma organização internacional que trabalha pelo fim da pobreza em 43 países. No Brasil, atua desde 1999 realizando projetos pela garantia de direitos à alimentação, igualdade de gênero, participação popular e educação.