Marcha de apoiadores de Evo Morales chega a La Paz para protestar contra o presidente Arce

Camponeses e trabalhadores que apoiam o ex-presidente Evo Morales chegaram nesta segunda-feira (13) a La Paz, após uma marcha de quatro dias, para protestar contra a crise econômica. Os manifestantes anunciaram sua intenção de ir até a Plaza Murillo, onde fica o gabinete do presidente Luis Arce.

“Queremos que o governo resolva de uma vez por todas, que regule os preços da cesta básica”, declarou Leonardo Loza, senador do partido Movimento ao Socialismo (MAS) e colaborador próximo de Morales.

Centenas de pessoas começaram a manifestação na sexta-feira e partiram do vilarejo de Patacamaya, a cerca de 100 km ao sul, com destino a La Paz, sede dos poderes Executivo e Legislativo.

A marcha ocorre em meio às posições irreconciliáveis entre Morales e Arce, que disputam a liderança do MAS e a candidatura presidencial da esquerda para as eleições de agosto, embora o ex-presidente e líder cocaleiro tenha sido declarado inelegível pela justiça.

De acordo com os organizadores do protesto, cerca de 150 pessoas continuam em prisão preventiva após os bloqueios de estradas promovidos pelos apoiadores do ex-presidente contra Arce entre outubro e novembro de 2024.

A marcha não conta com a presença de Morales, de 65 anos, que a acompanha à distância, resguardado em seu reduto político na província do Chapare, uma zona produtora de coca no centro do país.

O ex-mandatário é alvo de um mandado de prisão do Ministério Público que a polícia ainda não conseguiu cumprir, no contexto de uma investigação sobre uma suposta relação com uma menor de idade em 2015. Morales teria tido uma filha com a suposta vítima, segundo acusa a promotora que está à frente do caso.

Os manifestantes protestam contra a crise econômica e o aumento do custo de vida na Bolívia.

A inflação fechou 2024 com um acumulado anual de 9,9%, o mais alto nos últimos 16 anos. O país andino também sofre com uma escassez de combustíveis e dólares.

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