O cantor e compositor, Marcelo Lobato membro da famosa banda O Rappa, lançou recentemente seu novo single “Carregador de Piano”, que chegou com uma verdadeira diversidade musical, ao combinar influências de reggae, baixo pesado, guitarras africanas e toques afro cubanos.

Em entrevista a ISTOÉ, o artista contou um pouco mais dessa composição: “É uma mescla de diferentes timbres. Percussivos, eletrônicos, instrumentos inusitados como marimba, harmônio, hurry gurdy ( instrumento medieval, renascentista de cordas )… Gosto de experimentar bastante no estúdio e tenho muito material gravado”.

“Durante a pandemia produzi muita coisa em casa, que depois transcrevi com ajuda de Zé Nóbrega. A influência latina e africana é marcante. As linhas de guitarra, o baixo bem grave”, completou.

Marcelo Lobato ainda destacou sobre o desafio de pela primeira vez compor a letra a música: “Os outros singles que compus e que fazem parte desse trabalho solo, tem letras de meu irmão, Marcos Lobato. Ele é o principal letrista d’O Rappa depois que o Yuka saiu da banda. Eu costumo compor letra e música mas em menor escala. Por exemplo: ‘Vida Rasteja’ e ‘Monstro Invisível’ músicas gravadas pelo O Rappa”.

“Dessa vez aproveitei essa letra que escrevi em 2003. Infelizmente o texto continua muito atual, visto os últimos acontecimentos dramáticos ocorridos nesses dias no Rio de Janeiro. Já tenho outras canções engatilhadas que pretendo transformar em álbum”, completou.

Na sequência, enfatizou sobre quais são as inspirações que o ajudam na construção de uma letra: “Como me aventuro a tocar diversos instrumentos que fui acumulando ao longo dos anos, essa variedade de timbres acaba sugerindo arranjos, batidas percussivas… Tenho meu próprio estúdio, O Jimo e isso facilita as experimentações. Conto com a parceria do Zé Nóbrega que me ajuda na captação e produção das faixas. Além de ser um ótimo guitarrista”.

“Pela minha vivência de ter tocado com grupos de música afro-cubana e africana, acabo espontaneamente utilizando essas influências. A minha formação acadêmica de música clássica me ajuda muito, assim como a parte eletrônica também. Ouço de tudo”, complementa.

Sobre a mensagem por trás da nova faixa, o Marcelo Lobato destaca: “As pessoas tem se identificado com o som e principalmente com o texto, que retrata essa violência crescente do Rio de Janeiro, infelizmente. Apesar de ser uma letra de 2003 acaba sendo muito atual. O público tem sido muito receptivo”.

Além disso, o foco do cantor nos últimos meses vem sendo a carreira solo, já que os trabalhos do Rappa, neste momento, está pausado: “Nesse momento O Rappa está sem tocar, mas sempre desenvolvi projetos solo paralelos ao Rappa. O Africa Gumbe por exemplo, que divido com Marcos Lobato e Pedro Leão. Temos dois discos independentes lançados e um terceiro em vias de sair. Sempre gostei de tocar com outros músicos, participando de gravações e shows. Nação Zumbi, Armandinho, Silvia Machete…”

Por fim, Lobato, contou os próximos passos de sua carreira. “Costumo lançar meus trabalho pelo meu selo, Lobo Records. Em breve lançaremos um single do novo álbum do Africa Gumbe com uma participação especialíssima. E uma segunda nova canção da compositora e cantora, Elizza”, conclui.