26/06/2024 - 11:53
Ataques às mulheres na política têm se tornado algo comum, principalmente por tratar-se de um ambiente dominado predominantemente por homens. No caso mais recente, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou que a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) não seria capaz de administrar a maior capital do País por não ser casada e não ter filhos.
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Em uma publicação no Instagram, Marçal disse que Tabata “não sabe o problema de um casamento. Não sabe o problema do que é ter filho”, apesar de namorar o prefeito de Recife, João Campos (PSB).
A também pré-candidata à Prefeitura de São Paulo respondeu às críticas de Marçal e destacou algumas polêmicas que envolvem o nome dele. “Eu nunca fui condenado por fazer parte de uma quadrilha de roubo de banco, nunca gastei tempo e dinheiro do Corpo de Bombeiros com a minha irresponsabilidade. Eu nunca fiz um funcionário correr até a morte por parada cardíaca em uma brincadeira sem sentido. Não sou ex-coach messiânica, nem expedicionária fracassada, nem esteleionatária”.
Ela ainda apontou machismo na declaração do pré-candidato, pois as mulheres sempre estão “devendo. Ou é jovem, ou é velha, ou tem filhos demais, ou nunca teve filho”.
Relembre outros casos
A então candidata à Prefeitura de Porto Alegre (RS), em 2020, a jornalista Manuela D’Ávila foi alvo de machismo com o também candidato Rodrigo Maroni. Na ocasião, ele disse: “Tu é patricinha mimada, poderia estar comprando bolsa no shopping. Se eu fosse abrir a boca, eu não acabaria com a carreira, mas com tua vida, Manuella”.
Após esse episódio, a única pessoa que saiu em defesa de Manuella foi a deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL): “Divergência política é uma coisa, machismo é outra. Porto Alegre não merece essa baixaria”.
Isa Penna
Em dezembro de 2020, a ex-deputada estadual Isa Penna (PSOL) foi abraçada por trás pelo então deputado estadual Fernando Cury durante uma sessão na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A parlamentar registrou um boletim de ocorrência por assédio e o caso foi levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. Depois, em novembro de 2021, o parlamentar foi expulso do partido Cidadania.
Áurea Carolina
Outro caso ocorreu com Áurea Carolina, quando concorria à Prefeitura de Belo Horizonte (MG). Ela divulgou nas redes sociais que um homem questionou: “Se você está com essa agenda tão cheia assim, com filho pequeno etc. Como quer ser prefeita?”. Ela respondeu com outra pergunta aos seguidores: “Vocês acham que os candidatos homens recebem questões como essa?”.
Maria do Rosário
Um dos casos mais conhecidos aconteceu com a deputada federal Maria do Rosário (PT), em 2014, que foi ofendida por Jair Bolsonaro. Na época, o então deputado disse que não estupraria a parlamentar “porque ela é muito ruim, muito feia, não faz meu gênero”. “Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.