Pablo Marçal (PRTB), pré-candidato à prefeitura de São Paulo, afirmou que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irão “perder juntos” as eleições municipais de outubro.

“Eu gosto muito dele [Bolsonaro], servi ele. Que deus o abençoe nessa jornada, porque se continuar com o Nunes, vão perder juntos”, disse Marçal, em entrevista durante um evento para empreendedores, nesta sexta-feira, 26, na zona norte de São Paulo.

Nunes conquistou o apoio do ex-presidente e terá como candidato a vice o coronel Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, apesar de constantes gestos de Marçal em sua direção. Em junho, os dois chegaram a se encontrar em Brasília.

Apoio do União Brasil

Sem o endosso do ex-presidente e de seu partido, Marçal afirmou que a chegada do União Brasil a sua chapa está “praticamente fechada”.

Questionado sobre sua última declaração a respeito da legenda, quando disse que estavam “pedindo sua alma” em troca do apoio, o influenciador disse que “não vão levar”, mas reforçou a proximidade da aliança.

Ainda nesta sexta, o site IstoÉ reportou que o União fechou um acordo para apoiar a reeleição de Nunes na capital e deve anunciar a decisão na convenção partidária do MDB, em 3 de agosto — véspera da convenção do PRTB de Marçal.

A eventual chegada do União à chapa daria a Marçal, além de apoio político, recursos financeiros para fazer campanha (a legenda tem acesso a R$ 536,5 milhões do fundo partidário) e tempo de televisão. Nesta sexta, o empresário disse que não vai usar o próprio dinheiro ou do PRTB para tentar se eleger prefeito: “Não vou botar meu dinheiro e o partido não tem dinheiro. É fácil demais pedir, é só abrir a vaquinha, porque tem muita gente acreditando”.

Em palestra, Marçal evitou política enquanto deu

Antes de conversar com os jornalistas, o pré-candidato discursou por cerca de 40 minutos para centenas de pessoas no auditório da Expo Empreendedor, onde circulou cercado por seguranças devido ao assédio do público presente.

Na palestra, Marçal defendeu “investir e amar gente” como caminho para a prosperidade financeira e conclamou a plateia a repetir alguns chavões, como “meu CPF tem que ser maior que meu CNPJ” — ordem que foi prontamente atendida. Com exemplos cotidianos no lugar de números e raciocínio rápido para interagir com o público, não é difícil compreender porque o palestrante mobiliza a audiência.

Marçal evitava falar como candidato e, para um participante que gritou “meu voto é seu”, pediu que aguardasse as próximas semanas para evitar problemas judiciais — fazer campanha só é permitido pela Justiça Eleitoral a partir de 16 de agosto.

Mas não se furtou a dizer que São Paulo precisa de centros de empreendedorismo nas regiões periféricas e que o governo precisa “parar de atrapalhar” os empreendedores. Ao final da palestra, o locutor saudou o “futuro prefeito de São Paulo”.