Pablo Marçal foi oficializado pelo PRTB como candidato à prefeitura de São Paulo neste domingo, 4, em convenção realizada em um centro de eventos na zona leste da cidade. No evento, fez ataques aos adversários e afirmou ser o único que “tem energia” para o cargo.

“O maior investimento que o paulistano pode fazer hoje é investir em alguém novo, que tem energia, aguenta pancada e sabe o que está falando”, afirmou.

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Discurso antissistema

Disputando pela segunda vez uma eleição, o empresário demonstrou forte rejeição à chamada “política tradicional” em seu discurso. Marçal disse que não pretende se curvar aos acordos tradicionais da administração pública, aos bancos e nem reproduzir a preocupação de chefes do Executivo com a “próxima eleição”.

As principais críticas foram direcionadas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), por “deixar o povo da cidade no esgoto”, e ao deputado Guilherme Boulos (PSOL), por não usar emendas parlamentares para “entregar as casas que prometeu”.

No momento mais duro do discurso, ampliou os ataques a todos os seus oponentes no pleito, afirmou que “o pau vai quebrar” nos debates e acusou dois candidatos de serem usuários de drogas.

“Põe todos [os meus concorrentes] enfileirados. Se eu perder para eles, largo de fazer o que estou fazendo. Dá uma prova do Enem para ver se eu não passo na frente de qualquer um deles. Faz um exame toxicológico e você vai ver que dois dos que estão concorrendo são cheiradores de cocaína. Eu tenho esse prontuário na minha mão, e vamos mostrar isso para todo mundo. Vou revelar no debate”, disse.

Marçal tem como adversários mais competitivos, além do atual prefeito e Boulos, José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB).

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Chapa puro-sangue

A policial militar Antonia de Jesus (PRTB) também foi anunciada como candidata a vice na convenção, consolidando uma chapa “puro-sangue”, já que não há outras legendas na aliança.

Em julho, durante evento para empreendedores, Marçal disse que a chance de ter uma mulher na posição era de “90%“, mas evitou confirmar seu partido. Na mesma ocasião, o político disse que teria apoio de siglas “de peso” e sugeriu que a companheira de chapa pudesse vir de uma delas.

Na trajetória até a oficialização da candidatura, ele se aproximou de lideranças do União Brasil e chegou a ir ao encontro de Jair Bolsonaro (PL) em Brasília — por fim, os dois partidos e o ex-presidente encaminharam apoio a Ricardo Nunes. Além de reproduzir muitos pontos do discurso bolsonarista, Marçal conta com a desconfiança de alguns parlamentares do PL no prefeito como um representante fiel do grupo político.

Sem apoios formais, o candidato abraçou o tom de confronto ao sistema político e afirmou estar satisfeito com a chapa formada: “Eles [outros partidos] me pediram muita coisa. Queriam minha alma, mesmo. Estou feliz que não vendi, e que vamos ser nós contra eles”.

Imbróglio no partido

O PRTB passa por uma disputa interna entre os filhos de Levy Fidelix (manda chuva da legenda até sua morte, em 2021) em que um grupo, liderado por Júlio Fidelix, contesta a legitimidade de Leonardo Avalanche, presidente do diretório municipal da sigla, para ocupar o cargo.

Esse grupo apresentou uma representação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas ela ainda não foi julgada.

Avalanche é o principal fiador da candidatura de Marçal na agremiação e contou, na convenção, com a manifestação de Levy Fidelix Filho, que afirmou que o empresário é fiel às premissas do partido.