Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, deixou o país nesta quinta-feira, 5, rumo a El Salvador. De acordo com a assessoria de imprensa do ex-coach, ele se reunirá com autoridades locais para “buscar soluções eficazes para enfrentar o crescente problema da criminalidade” da cidade que busca governar.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, conseguiu reduzir substancialmente os índices de homicídios do país centro-americano às custas de um regime de exceção, com medidas autoritárias, prisões arbitrárias e alterações constitucionais.

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O embarque de Marçal ocorre a dois dias do 7 de setembro, data em que, além da celebração da Independência, apoiadores e aliados de Jair Bolsonaro (PL) cumprirão a tradição anual de se reunir na Avenida Paulista para manifestação organizada pelo pastor protestante Silas Malafaia.

Por que isso importa

Conhecido por dar palco a ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e às demais instituições democráticas, o ato na Paulista serve também para políticos marcarem posição ao lado do bolsonarismo e angariarem apoio do grupo a suas candidaturas no primeiro turno das eleições municipais, marcado para 6 de outubro.

Em meio ao processo de conquista desse eleitorado, Marçal não confirmou presença no evento. Questionada sobre sua data de retorno ao país, a campanha não respondeu ao site IstoÉ. O espaço segue aberto à manifestação.

Por outro lado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), oficialmente apoiado pelo ex-presidente, disse que pretende ir à manifestação.

Desde que perdeu espaço para Marçal entre eleitores de Bolsonaro e recebeu do próprio padrinho político um pedido para se comprometer com pautas caras à extrema direita, o emedebista criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender o X (antigo Twitter) no Brasil e mudou sua estratégia nas redes sociais, onde falou em “barrar a extrema esquerda” na eleição, associou Guilherme Boulos (PSOL) à ditadura da Venezuela e à invasão de propriedades e publicou um vídeo ao lado de Ricardo Mello Araújo (PL), candidato a vice indicado pelo ex-presidente.