O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) falou na manhã desta segunda-feira, 16, pela primeira vez após a agressão sofrida por José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura na noite anterior. Em live transmitida no Instagram, o ex-coach disse ter sofrido uma tentativa de homicídio.

“Isso é tentativa de homicídio. Não faz sentido nenhum uma pessoa [Datena] dessa concorrer. Eu só saí do debate porque não conseguia respirar fundo”, disse Marçal.

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Segundo o candidato, a agressão ocasionou em uma fratura no sexto arco costal, na região torácica. O boletim médico, porém, ainda não foi divulgado pelo Hospital Sírio Libanês, onde Marçal está desde a madrugada de ontem.

O boletim de ocorrência registrado pelo advogado Tassio Renam Souza Botelho, que representa o candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), acusa Datena (PSDB) por lesão corporal e injúria.

Ainda de acordo com o registro, a cadeirada dada por Datena em Marçal teria atingido a região da cabeça, torácica e costelas do ex-coach.

Acusações contra o tucano

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Marçal repetiu a acusação feita na noite de ontem contra Datena. O candidato faz menção a um processo por assédio sexual movido contra Datena em 2019, e arquivado meses depois.

A jornalista Bruna Drews, responsável pela acusação, chegou a escrever uma carta, protocolada em cartório, retirando as acusações. Mesmo assim, ela afirma ter sido vítima de Datena e que foi induzida a escrever a carta após um processo de calúnia movido pelo apresentador.

Marçal ainda acusou, sem provas, o tucano de ser usuário de drogas, e confirmou a versão de Datena de que teria pedido desculpas ao apresentador dois dias antes do debate.

Datena não se arrepende

Em nota à imprensa enviada na manhã desta segunda-feira, Datena reconheceu que errou, mas reiterou que não se arrepende da agressão. Em outro trecho da nota, o apresentador diz que espera “ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado”.

No comunicado, Datena diz ter sido “agredido verbal e moralmente”. “As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas”, diz a nota.

Veja a íntegra da nota

Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.

Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.

Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.

Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.

Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.

As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.

Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.

Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.

Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.

Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.

Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.