Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, afirmou que Jair Bolsonaro (PL) “teve que se curvar” para apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB). A declaração foi dada durante entrevista à emissora CNN Brasil nesta segunda-feira, 26.

“Por causa do Valdemar Costa Neto [presidente do PL], ele teve que se curvar. Quando a gente apostou no Bolsonaro como presidente, tínhamos a certeza de que ele não ia se curvar a nada. Mas é terrível ver que ele tem que cumprir um acordo com o Valdemar. Ninguém tem confiança no Valdemar, mas eles vão ficar apalavrados [com Nunes]. Eu não estou esperando Bolsonaro me apoiar agora“, afirmou.

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Desde que teve uma conversa com o prefeito, revelada pelo site IstoÉ, Bolsonaro reforçou publicamente que não apoia Marçal, enquanto o ex-coach avançou sobre o eleitorado bolsonarista da cidade e empatou tecnicamente com Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) nas intenções de voto para a prefeitura, segundo o Datafolha.

Na entrevista, o candidato do PRTB mostrou a medalha que recebeu do ex-presidente quando o encontrou em Brasília e afirmou que “não vai se levantar” contra ele. “Não quero ser um novo Bolsonaro”, concluiu, antes de reforçar a defesa de pautas alinhadas a seu grupo político.

Marçal ainda disse que Boulos “perdeu a eleição” no momento em que “não teve controle emocional e perdeu a cabeça quando viu uma carteira de trabalho”, mostrada por ele em um debate, e voltou a afirmar sem provas que o adversário é usuário de cocaína. A respeito de Tabata Amaral (PSB), cujo partido protocolou uma ação judicial que culminou na suspensão de suas redes sociais pela Justiça Eleitoral, disse que não iria comentar sobre “quem está atrás” na disputa.

Irregularidades eleitorais e ligação com PCC

Questionado sobre essa decisão, que considerou irregular a estratégia da campanha de Marçal de premiar usuários que produzem e distribuem “cortes” de vídeos do candidato nas redes sociais, ele disse que ninguém “coloca dinheiro” na sua candidatura e sofreu “censura prévia” pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral).

“Não temos fundo eleitoral e nem padrinho político. A única coisa que tenho são minhas redes sociais e 10 mil pessoas doando”, afirmou, admitindo que antes da campanha remunerava usuários para publicarem cortes. “No período eleitoral, não coloco dinheiro [para pagar pela produção], e isso vai ficar provado. Vou vencer a eleição com ou sem a rede social”.

A respeito da relação de integrantes do PRTB com o PCC (Primeiro Comando da Capital), revelada na última semana pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ex-coach pediu uma “limpeza” no partido. “Sobre pessoas do PCC no meu partido, eu quero pedir à Polícia Civil, à Polícia Militar, que prendam esses caras. Eu quero fazer uma campanha nacional para limpar o PRTB. O partido é pequeno, o que o PCC está fazendo lá?”, afirmou.