No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), a ETNA inicia um movimento para abolir o termo criado-mudo do vocabulário dos brasileiros e das varejistas do segmento. Essa é uma iniciativa que propõe uma reflexão sobre a data. Historicamente batizado como “criado-mudo”, desde o tempo da escravidão, o móvel – um dos mais vendidos na maior rede varejista de decoração do Brasil – passará a ser chamado de “mesa de cabeceira”.

A proposta é extinguir o nome e criar um impacto no mercado varejista. Para isso, a TRACYLOCKE BRASIL, agência global de shopper experience dos Grupos Omnicom/DDB e ABC criou uma campanha 360 e a hashtag #CriadoMudoNuncaMais para firmar esse compromisso.

“Pequenos gestos ajudam a transformar o mundo. Queremos mostrar com essa iniciativa que podemos, mesmo com fatos históricos, inspirar um pensamento e uma atitude diferente”, explica o CCO da agência, Rodolfo Barreto.

Para que o movimento alcance ainda mais pessoas, um filme está sendo veiculado no ambiente digital mostrando pessoas reais contando a origem do nome do móvel. Elas foram convidadas a abrir a gaveta de uma mesa de cabeceira e ler uma carta. Ao terminarem, descobrem como algo que parece tão simples, mostra a realidade histórica sobre pessoas que foram escravizadas. A ideia é que as pessoas repassem o conteúdo a diante para que a ação tenha ainda mais impacto e o termo racista seja, de fato, excluído do vocabulário dos brasileiros.

A mudança na ETNA já está sendo realizada. A empresa está convidando outras marcas do segmento para colocarem em desuso o termo. Os fornecedores da varejista também serão convidados a excluírem a nomenclatura racista das embalagens, manuais e notas fiscais. “Acreditamos que essa campanha pode contribuir para uma reflexão e motivar outros movimentos de mudança como esse”, finaliza Karina Alfano, Gerente Executiva da ETNA.

SOBRE A ORIGEM DO NOME “CRIADO-MUDO”

Algumas expressões populares são originárias de um longo período da história do Brasil: a escravidão. Uma delas é o “criado-mudo”. O nome, segundo os livros, denominava o escravo que passava a noite “tomando conta” dos nobres. Ele ficava ali ao lado da cama, sempre pronto para “prestar”, seja servindo um copo d’água, ou lenço, ou qualquer outro pedido. Por ser um objeto inanimado e ter utilidade equivalente à de um mordomo, passou a ser chamado de criado-mudo.