O primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), anunciou na tarde desta segunda-feira, 9, que o colegiado se reunirá nesta terça, 10, para discutir a revogação do ato do presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) que anulou a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa. Para Mansur, o presidente em exercício cometeu “um grande erro” e agora a Mesa precisa “controlar os atos” de Maranhão.

Falando em nome dos demais colegas que compõem a Mesa diretora, Mansur disse que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deu nesta tarde um “enterro de quinta categoria” ao encaminhamento de Maranhão. Mansur lembrou que o comando da Casa não foi consultado da decisão, não concorda com a medida a qual, segundo ele, foi elaborada “com certeza nos porões do Palácio do Planalto”. “Não há razão para o presidente em exercício tomar uma decisão como essa”, afirmou. Antes do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um documento já havia sido preparado para arquivar o pedido da Advocacia-Geral da União, mas não houve tempo para Cunha assiná-lo.

O objetivo é da reunião desta terça-feira é chamar Maranhão para que ele repense a medida e para discutir uma maneira dele revogar o ato. O primeiro-secretário enfatizou que Maranhão está sujeito a enfrentar um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética por ter praticado, em sua opinião, ato de improbidade administrativa. O deputado declarou que é preciso “convencer” Maranhão de seguir as regras da Casa. “Não estamos aqui para dar bronca em ninguém”, disse.

A avaliação de Mansur é que, ao desconsiderar a decisão do presidente interino da Câmara, Renan praticamente enterrou a ação e que agora cabe a Maranhão respeitar a vontade dos deputados, do Senado e da população brasileira. “Espero que ele revogue”, afirmou. Caso contrário, a expectativa é que a Mesa se posicione contra o ato do presidente interino. “Vamos ver o que é possível de se fazer para poder controlar o deputado Waldir Maranhão nos seus atos”, emendou.

Mansur enfatizou que se colocou à disposição de Maranhão para ajudá-lo na condução da Casa. Agora, indignado com a postura do presidente em exercício, o primeiro-secretário falou que Maranhão pode vir a ser expulso pelo PP ou cassado, já que o deputado não deu sinais de que está disposto a renunciar ao posto.