ROMA, 07 MAR (ANSA) – Os partidos que querem demolir a União Europeia estão no centro de investigações por supostas fraudes aos caixas do Parlamento do bloco. Os inquéritos indicam um uso sistemático de dinheiro europeu para financiar ações em seus países de origem.   

Há casos que apontam para um esquema patrocinado pelo comando das legendas, como os da francesa Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, da britânica União para a Independência do Reino Unido (Ukip), de Nigel Farage, ou do polonês Direito e Justiça, de Jaroslaw Kaczynski.   

No entanto, há casos em que os eurodeputados agem isoladamente, em uma lista que inclui representantes dos eurocéticos italianos Liga Norte e Movimento 5 Estrelas (M5S), mas também do conservador Força Itália (FI) e ex-integrantes do social-democrata Partido Democrático (PD).   

Um “mapa” das fraudes no Parlamento Europeu foi elaborado pelo jornal “la Repubblica”, um dos principais da Itália, e começa pela França. Marine Le Pen é suspeita de ter usado assessores de seu gabinete de eurodeputada em funções da FN. Os europarlamentares Louis Aliot, companheiro da ultranacionalista, Florian Philippot, seu braço direito, e Jean-Marie Le Pen, seu pai, também estão sendo investigados.   

No Reino Unido, o Ukip terá de ressarcir o Congresso da UE em 1 milhão de euros por ter usado na estrutura interna do partido funcionários pagos por Estrasburgo. Já o caso polonês é mais pessoal: Kaczynski usava uma assistente do eurodeputado Tomasz Poreba como cuidadora de sua mãe, morta em 2013.   

Na Itália, Lara Comi, do FI, partido presidido por Silvio Berlusconi, contratou a mãe como assistente parlamentar e terá de restituir os 126 mil euros recebidos por ela como salário. Já Daniela Aiuto e Laura Agea, do M5S, movimento que pede a saída da península da zona do euro, são suspeitas, respectivamente, de ter pedido um reembolso de milhares de euros relativo a pesquisas copiadas da Wikipédia e usado um assessor parlamentar na política local.   

Antonio Panzeri, ex-membro do PD, pode ser condenado a restituir ao Parlamento Europeu 83 mil euros usados indevidamente. Por fim, Mario Borghezio, expoente da ultranacionalista Liga Norte, também é investigado por uma suposta fraude. Todos eles alegam inocência. (ANSA)