Mapa aponta cidades na Itália que sofrem com excesso de turistas

ROMA, 17 JUL (ANSA) – Um levantamento divulgado na última quarta-feira (16) apontou as principais cidades italianas “vítimas” do chamado “Overtourism”, nome que se dá ao impacto negativo do excesso de turistas em um destino.   

O mapa dos municípios mais afetados foi feito com dados do Índice Global de Superlotação Turística (Icst), desenvolvido pelo Instituto Demoskopika, para avaliar a superlotação de turistas através de uma combinação de cinco indicadores que refletem diferentes dimensões do impacto do turismo.   

Entre os territórios mais afetados estão a “rainha do verão” Rimini; Veneza, um dos destinos mais desejados do mundo; e Bolzano, o local mais inesperado. Todos aparecem na lista pelo segundo ano consecutivo, seguidos de Livorno, Nápoles, Milão, Trento, Roma, Verona e Triste.   

O impacto negativo do excesso de turistas é dividido em “nível muito alto”, “nível alto” e “nível moderado”. Entre os municípios que também correm maiores riscos estão o Vale de Aosta, Florença e Siena, onde a pressão turística permanece intensa, com impactos significativos nos recursos locais.   

No outro extremo da escala, Rieti, Benevento, Reggio Calabria, Isernia, Avellino e Campobasso permanecem à margem do turismo de massa, com uma superlotação menos significativa e efeitos limitados na infraestrutura e na qualidade de vida.   

No que diz respeito à densidade turística, Rimini e Veneza lideram o ranking, com mais de 17 mil e quase 16 mil visitantes por quilômetro quadrado, respectivamente.   

A “rainha do verão” também detém o recorde nacional de produção de resíduos urbanos relacionados ao turismo per capita: 76,8 quilos por turista, em comparação com apenas 0,5 quilo em Benevento.   

Em termos de intensidade turística, ou seja, a proporção de visitantes em relação à população residente, Bolzano permanece em primeiro lugar, com 69 turistas por habitante, seguido por Veneza, com 47 turistas. Lodi, Avellino e Benevento aparecem em último lugar.   

“O turismo excessivo não é apenas um desafio, mas uma prioridade que afeta a sustentabilidade dos destinos italianos. Ele não afeta apenas a experiência turística, mas também a qualidade de vida das comunidades locais”, alertam os pesquisadores do Demoskopika.   

Segundo os especialistas, “o aumento da superlotação é um sinal de alerta que exige intervenções urgentes e estratégicas: desde a regulação dos fluxos durante os períodos de pico até a promoção de destinos alternativos, passando pelo incentivo mais eficaz às viagens ao longo do ano, valorizando também os meses tradicionalmente menos turísticos”.   

Neste sentindo, o relatório aponta que esta “é a única maneira de garantir que o turismo continue sendo um recurso e não se torne um fator de crise para as regiões e para as gerações futuras”. (ANSA).